O Banco Mundial divulgou uma pesquisa para identificar quais empresas têm maior potencial de gerar empregos nas próximas décadas. O estudo analisou realidades de países em desenvolvimento e emergentes, como Brasil, Indonésia e Hungria, e concluiu que um pequeno grupo de empresas jovens e dinâmicas concentra a maior parte da criação de vagas.
De acordo com o relatório, menos de 20% das companhias formais respondem por até 65% dos novos postos de trabalho — evidência do peso que esses empreendimentos exercem sobre a economia. No Brasil, 64% das firmas de alto crescimento têm menos de 5 anos de vida. Muitas ainda atuam em setores tradicionais, como têxteis e móveis, mas já incorporam práticas digitais e novas tecnologias.
Segundo o Banco Mundial, a adoção de processos modernos de gestão e a capacidade de inovar explicam por que essas empresas crescem tanto e contratam em ritmo acelerado. E o fenômeno não é restrito ao Brasil. Na Colômbia, startups de até 4 anos crescem de duas a três vezes mais rápido do que empresas mais antigas, mesmo enfrentando altas taxas de mortalidade.
A localização também se mostra decisiva. Negócios instalados em polos produtivos ou conectados a cadeias de valor internacionais escalam mais rápido, contratam mais e atraem investimentos. A pesquisa cita casos como a Costa Rica, onde fornecedores locais que fecharam contratos com multinacionais aumentaram suas equipes em quase 30% em 4 anos. E também Moçambique, onde investimentos externos se multiplicaram mais de cinco vezes após a descoberta de recursos naturais, gerando empregos.
O relatório sugere ainda que o futuro do trabalho não será definido apenas pela inovação tecnológica, mas pela capacidade de conectar pequenas empresas a ecossistemas mais amplos. No Brasil, onde mais de 60% dos empregos estão em pequenas empresas, políticas de apoio a esse perfil organizacional podem ser decisivas para alavancar oportunidades.
O estudo conclui que identificar empresas jovens de alto potencial e direcionar a elas capital privado e políticas públicas pode transformar a estrutura de empregos em economias emergentes. O futuro da geração de trabalho vai depender cada vez menos do tamanho inicial e cada vez mais da ousadia para inovar, se conectar e crescer rápido.