A semana de quatro dias funcionou bem no Brasil durante os pilotos do ano passado e mostrou que produtividade e qualidade de vida não são objetivos incompatíveis. Das 21 empresas que participaram, segundo o levantamento da 4 Day Week Brasil em parceria com a FGV e o Boston College, apenas duas não concluíram a implementação. A maioria estendeu o modelo com entusiasmo.
97,5% dos colaboradores afirmaram querer que a jornada reduzida se mantivesse, um sinal claro de adesão e reconhecimento do valor da mudança. Atentos aos resultados, 46% das empresas decidiram adotar o sistema de forma definitiva e 38,5% optaram por estender o piloto até o fim do ano passado. Os impactos foram profundos.
De acordo com os participantes, 78% ampliaram o tempo livre para lazer e convivência com a família; 58% relataram melhora no equilíbrio entre vida pessoal e profissional; e metade (50%) percebeu redução nos sintomas da insônia. Em paralelo, 62,7% notaram queda significativa nos níveis de estresse e quase 65% afirmaram chegar ao fim do dia menos desgastados.
Esses indicadores reforçam a ideia de que, quando a empresa desenha o trabalho com mais foco no resultado do que nas horas marcadas, os ganhos se multiplicam. É importante lembrar que adotar a jornada de quatro dias não é simplesmente cortar um dia da agenda. As organizações que se comprometeram com a mudança precisaram rever processos, priorizar atividades e integrar a tecnologia de forma mais inteligente.
Enquanto algumas empresas ainda associam produtividade ao controle da presença, outras já entenderam que regeneração, engajamento e propósito podem ser os maiores ativos de um novo negócio.