O que esperar da COP-30 em Belém

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(COP 30/Divulgação)

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O Estado do Pará se prepara para receber a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025, entre os dias 10 e 21. De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de cerca de 50 mil visitantes durante os principais dias da Conferência. Deste total, aproximadamente 7 mil compõem a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros.

Belém receberá negociadores, lideranças políticas, organizações da sociedade civil, ambientalistas, jornalistas, lobistas e representantes dos 197 países que compõem a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) em um processo multilateral complexo, que envolve realidades e interesses distintos e que depende de um esforço gigantesco de todos os países para produzir resultados úteis para o futuro do planeta, e que também discute outros temas que afetam o planeta, com a produção de alimentos, bens minerais, atividades económicas e especialmente a transição energética.

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Esta COP acontecerá sob o impacto de muitas iniciativas patrocinadas pelo Presidente Donald Trump, que incluem a saída do acordo de Paris, da Organização Mundial da Saúde, da própria COP 30, e principalmente em função das medidas de aumento tarifário aplicada a muitos países, inclusive tradicionais parceiros políticos e econômicos.

Esta guerra tarifária aberta pelo governo dos EUA, trará a questão econômica para o centro de toda a movimentação geopolítica internacional, inclusive aquelas que tenham interface com as questões ambientais, de sustentabilidade, de transição energética e mudanças climáticas.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), defendeu que é preciso pensar em novas formas para se financiar a agenda ambiental. Recentemente ele afirmou que:

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“Existem discussões sobre taxação para transporte marítimo, petróleo, classe executiva de avião. A gente vai olhar para tudo para chegar a US$ 1,3 trilhão em recursos disponíveis em 2035. Precisamos ampliar a discussão sobre financiamento climático e pensar além dos mecanismos tradicionais”. 

A COP tem uma dimensão muito formal, das negociações, e delas só podem participar os 197 países do Acordo de Paris. Quem vai levar isso adiante são instituições desses países, mas o evento conta  também com governos subnacionais, setor privado, academia, sociedade civil, que não participam das negociações oficiais. 

A COP 30 discutirá os seguintes temas: 

  • Redução de emissões: Metas mais ambiciosas de corte de CO2 
  • Financiamento climático: Novas formas de financiamento, como taxação do transporte marítimo e da classe executiva de avião 
  • Transição energética: Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono 
  • Justiça climática: Impactos sociais das mudanças climáticas 
  • Preservação ambiental: Conservação de florestas e biodiversidade 
  • Adaptação às mudanças climáticas: Planos para se adaptar aos impactos das mudanças climáticas 

De acordo com o Governo brasileiro, “a COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global. O evento permitirá ao país demonstrar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, mineração estratégica, além de reforçar sua atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20”.

Há uma grande oportunidade até para o setor mineral, que vive dos recursos naturais não renováveis, repactuar a sua relação com a sociedade. Então, mineração sustentável é aquela que garante um legado positivo para o território, transformação social e garante engajamento em uma agenda maior como essa da descarbonização.

Por sua vez, o agronegócio brasileiro espera da COP 30 a promoção de práticas sustentáveis, o reconhecimento do seu papel na agenda alimentar, na climática, e a atração de investimentos .

O agronegócio brasileiro pode mostrar ao mundo que é possível conciliar a produção agrícola com a preservação do meio ambiente. 

Belém, aos 402 anos foi escolhida para sediar a COP 30, por se encontrar na icônica região amazônica, porém a cidade apresenta várias restrições de infraestrutura e logística para receber mais de 50 mil visitantes, se destacando o lixo nas ruas e esgotos a céu aberto, coleta seletiva limitada, saneamento deficiente, maior déficit habitacional do Brasil, o temor da violência, educação precária, rede hoteleira insuficiente.

Apesar dos desafios, a expectativa de autoridades e da população é que o evento possa deixar um legado em infraestrutura e no turismo.

Belém está se preparando para receber a COP 30 e os  preparativos envolvem a ampliação de ruas, o saneamento  com novas redes de esgoto, a drenagem de águas pluviais, a dragagem de porto para receber navios maiores e a revitalização de espaços.

ampliação da capacidade hoteleira e desenvolvimento de planos de segurança e logística, e em especial revitalização de áreas estratégicas, como a Avenida Visconde de Souza Franco

O Brasil não é um problema ambiental para o mundo e sim uma solução quando se olha a matriz energética limpa e renovável e a produção de alimentos que alimenta o País e o mundo.

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Enio Fonseca

Engenheiro Florestal especialista em gestao socioambiental. CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, Conselheiro do FMASE. Foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam e Superintendente de Gestão Ambiental da Cemig. Membro do IBRADES , ABDEM, ADIMIN, da ALAGRO E SUCESU

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