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(Rovena Rosa/Agência Brasil)

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No Visão Macro de hoje, vamos discutir um pouco mais sobre a variação dos preços dos ativos reais em tempos recentes. Mais especificamente, sobre a variação tanto do ouro quanto dos imóveis. Ativos reais, por excelência, apresentam variação positiva a partir da variação do nível geral de preços. É assim que classificamos o que é um ativo real de todo jeito.

No caso do ouro, algumas ponderações são relevantes. Não só a queda da perspectiva da taxa de juros americana — ou em outros lugares do mundo — ajuda ativos que não têm fluxo de caixa, como é o caso do ouro, mas também o fato de ser o único ativo sem passivo. O ouro não deve para ninguém e acaba sendo um hedge, uma proteção natural contra eventos geopolíticos bastante díspares, como os que se avizinham por aí, inclusive agora, seja na questão do Oriente Médio, seja na Rússia e na Ucrânia.

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A questão é que o mundo tende a se transformar em um mundo com preços mais altos, o que deverá exigir níveis de juros permanentemente mais elevados, muito embora um processo de queda em relação ao patamar atual certamente deva acontecer, como já foi sinalizado pelo Banco Central Americano e, em breve, será sinalizado pelo Banco Central Brasileiro.

Outro ativo por excelência que classificamos como real são os próprios imóveis, principalmente pela capacidade de vincular a variação do preço do aluguel ao longo do tempo à variação do índice geral de preços. Nesse caso, o IPCA por aqui, ou qualquer outro índice de variabilidade, inclusive pelo próprio índice de construção civil (INCC).

É importante destacarmos que, em termos de ativo real, o imóvel ainda guarda um processo de memória inflacionária relevante para o brasileiro, de forma que, por definição, algum capital seja alocado como investimento ou simplesmente como proteção nessa classe de ativos. Onde necessariamente os imóveis serão comprados já é uma outra discussão.

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E aqui claramente vale a ideia de que “os rios correm para o mar” ou “todos os caminhos levam a Roma”. Em geral, os investidores sempre vão optar por comprar imóveis em lugares em que a valorização real desses ativos acontece de maneira histórica há bastante tempo e de forma bastante concreta e estrutural. Como exemplo recente, tem-se ventilado que grandes investidores mineiros têm preferido o mercado paulista em vez do próprio mercado de Belo Horizonte.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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