Está na origem de todo o mal. Quem tem demais corre o risco de ficar entalado no buraco da agulha. Segundo Nelson Rodrigues, compra até amor verdadeiro. Você já deve ter adivinhado que hoje nós vamos falar de dinheiro, mas fica tranquilo que a história é de graça. No século primeiro, o imperador romano Vespasiano resolveu taxar o xixi. Você acredita?
Pois é, a urina rica em amônia era usada na indústria do curtimento do couro e até na lavagem de roupas. Quando seu filho Tito criticou a medida, Vespasiano decretou: Pecunia non olet. O dinheiro não tem cheiro. Será? A palavra dinheiro vem do latim denarius, que era o nome de uma moeda romana amplamente usada no Império. Esse termo evoluiu para outros idiomas como dinero em espanhol, denaro em italiano e até chegou ao mundo árabe como dinar.
Já em inglês, money vem do latim moneta, nome de um templo dedicado à deusa romana Juno Moneta, onde as primeiras moedas romanas eram cunhadas. O termo deu origem a outras palavras relacionadas a dinheiro em línguas latinas, como moeda em português, moneda em espanhol e moneta em italiano. Curiosamente, em francês, a palavra usada para dinheiro é argen, que significa prata e vem do latim argentom.
No espanhol, a conexão com o metal precioso permanece, já que prata é uma gíria comum para dinheiro. O dinheiro é uma invenção humana, relativamente recente. Nasceu de uma necessidade muito simples, trocar o que temos pelo que precisamos, mas também é um conceito carregado de emoções, matizado por crenças familiares e, sobretudo, religiosas. Os católicos, tradicionalmente, associam o dinheiro à ideia de algo corruptível, um potencial desvio espiritual.
Já os protestantes e os calvinistas veem o dinheiro como uma forma de honrar a Deus. No ocidente, disseminou-se a crença de que felicidade e a abundância material são sinônimos, mas na visão dos budistas, o dinheiro que gera apego está na base de todo o sofrimento. O fato é que a humanidade continua morrendo e matando por dinheiro. Mas e para você, que cheiro tem o dinheiro?