Vivemos a era da influência. Todo mundo quer ser ouvido, seguido e aclamado, mas a pergunta que pouco se faz é: por que você está ouvindo quem você ouve? Quem é realmente criador de conteúdo? Ele cria o quê, exatamente? Muita gente tem tomado decisões ou se inspirado na opinião de quem sequer lê, estuda ou se aprofunda. Influência sem repertório ocupa muito espaço.
Não é só ganhar curtidas ou gerar entretenimento, é sustentar ideias, provocar reflexões que ampliem, que não manipulem, mas sim eduquem. É preciso se perguntar: essa pessoa tem algo a me ensinar? Ela tem argumento? Criador de conteúdo não é quem posta todo dia, é quem entrega algo que te faz pensar, que te incomoda positivamente. Ali existe repertório, leitura, curiosidade, embasamento e responsabilidade ética.
A verdadeira influência está na mudança que sua presença provoca, na capacidade de mover ideias, comportamentos e decisões mesmo quando você não está na sala. É quando citam seu nome numa reunião para a qual você nem foi convidado. É quando sua opinião pesa mesmo sem levantar a voz. É o valor que as pessoas enxergam em você por meio de uma linguagem alinhada ao que você faz, representa e entrega. Aqui entra a comunicação. Ninguém valoriza o que não entende.
Nem segue quem não confia. E ninguém confia em quem não se expressa com segurança e autenticidade. A influência começa antes da fala, no olhar, na postura, na escuta, no gesto, e se consolida na narrativa. No jeito como você conta sua história, apresenta seus argumentos ou conduz uma negociação. É intangível, mas perceptível; silenciosa, mas poderosa. Influência não se compra, se conquista.
O mundo já tem barulho demais. O que falta é gente com voz.