Risco não é incerteza: entenda a diferença que muda decisões no mercado

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Incerteza por definição é algo que não conseguimos precificar, nem de maneira quase que incorreta (Foto: Freepik).

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No Visão Macro de hoje vamos discutir a tonalidade da diferença primordial entre as palavras incerteza e risco. Parece a mesma coisa, mas não são. Nem como processos devolutivos ou respostas dos agentes econômicos para cada um deles ou como os preços refletem cada um deles. É muito importante que consigamos separar efeitos probabilísticos que conseguimos atribuir a qualquer evento.

Nesse caso, com probabilidade podemos classificar de uma maneira ou de outra, os setores nos esperados ou requeridos para os níveis de risco assumidos, inclusive. Nesse caso, de uma maneira ou de outra, né? Conseguimos entender o risco, seja positivo ou negativo de algum evento, a partir dessa precificação específica. Isso é, algo conseguimos pensar, se vale a pena ou não tomar alguma decisão ou tomar alguma posição quando temos risco. Isso é muito diferente quando temos incerteza.

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Incerteza por definição é algo que não conseguimos precificar, nem de maneira quase que incorreta. A gente não consegue tomar decisões sobre cenários de incerteza por um único motivo. Não consigo atribuir necessariamente probabilidades específicas para eventos fora de um risco de cauda. Isso é, mesmo que probabilidades sejam muito baixas de acontecer, quando elas acontecem, as movimentações dos níveis de preço ultrapassam qualquer limite do razoável, ou seja, ultrapassam qualquer limite do que a gente chama de intervalo de confiança ao longo do tempo.

É por isso que quando fazemos gestão de portfólios, por exemplo, ou olhamos para os cenários de risco, ao longo do tempo, olhamos duas coisas, tanto como os ativos se comportaram no passado em eventos extremos, chamamos isso de cenários de back testing, né? Mais do que isso, olhando para frente, tentamos precificar de maneira conclusiva, por meio de instrumentos estatísticos, como o VAR, né?

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Quais deveriam ser as perdas máximas incorridas ao longo do tempo, se cenários de incerteza acabassem virando cenários muito adversos. Qual seria, de fato, a minha grande perda nesse cenário? Chamamos isso de cenários de stress. Ambas as coisas parecem iguais, mas não são. Nem como, né, certeza absoluta ou como possibilidade de ajuste de risco olhando para frente.

Os preços necessariamente se refletem de maneira muito diferente para cada um desses cenários, de maneira muito mais extremada para eventos de incerteza exógenos e eventos um pouco mais controlados de antecipação nos preços, nas expectativas dos eventos de risco.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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