Começo a coluna de hoje te fazendo uma pergunta: você foi contratado para esquentar cadeira ou sobreviver a reuniões inúteis? Pois bem, uma pesquisa da Atlassian mostrou que profissionais perdem, em média, 31 horas por mês em reuniões consideradas improdutivas. Isso não é só desperdício de tempo, é desalinhamento crônico.
A má comunicação vem se tornando uma forma silenciosa de sabotagem que mina a produtividade, o foco e a energia de equipes inteiras. O problema não é a reunião em si, mas o uso que se faz dela. Muitas vezes não há pauta definida, mas há participantes demais, objetivos pouco claros ou temas que poderiam ter sido resolvidos por e-mail. Essas reuniões viram um looping cansativo de repetição e do que defino como vaidade corporativa.
Pior: refletem uma cultura que ainda confunde presença com entrega e quantidade com qualidade. Então, antes de marcar a próxima, faça três perguntas essenciais:
- Há uma decisão coletiva a ser tomada?
- É necessário o alinhamento imediato e a troca ao vivo?
- Todos os convocados são realmente relevantes para o tema?
Se você hesitar em responder sim a qualquer uma delas, talvez o encontro possa — e deva — ser substituído por um e-mail bem redigido. Use títulos diretos, tópicos claros, prazos definidos e, se for o caso, um convite para dúvidas ou ajustes. Objetividade é um ato de respeito.
Mas, quando a reunião for realmente inevitável, é simples: planeje. Estruture a pauta com antecedência, defina o tempo de cada tópico e estabeleça o que precisa sair dali. Pode ser uma decisão concreta, um plano de ação ou uma delegação de tarefas, mas saia com algo decidido.
Reuniões não são sinônimo de trabalho. Elas são meio, não fim. Quando virarem desfile de vaidade, corrida por protagonismo ou teatro do poder, você já sabe: a comunicação morreu ali — e com ela, o tempo, a energia e a inteligência de quem estava na sala.