Quando falamos de mudanças climáticas nas cidades, não estamos tratando apenas dos gases de efeito estufa, mas também de enchentes, inundações, deslizamentos de terra que ameaçam vidas, poluição do ar, vetores de doenças como dengue e chikungunya, além do calor extremo.
E aqui em Belo Horizonte, esses desafios estão muito nítidos. Mas e se a solução para esses problemas estivesse justamente em aprender a trabalhar com a natureza, em vez de contra ela? É exatamente essa a abordagem que orienta o trabalho da nossa colega Diana Wiesner, arquiteta e ativista colombiana que se tornou referência mundial em ecologia urbana.
Aliás, estaremos com ela esta semana na Conferência Internacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, com o tema Arquitetura e Urbanismo para Todos, que reunirá mais de 100 especialistas nacionais e internacionais em Brasília.
Diana é uma das presenças mais aguardadas porque desenvolve o que se chama Urbanismo Ecológico — projetos que integram paisagens, ecossistemas e pessoas para enfrentar as mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida.
A arquiteta realiza há mais de 15 anos iniciativas de proteção das montanhas que circundam Bogotá, transformando aquele território em infraestrutura verde e construída. Sua presença é estratégica, pois neste ano o Brasil se prepara para receber a COP 30 em Belém, e esta conferência também será um espaço importante para construir propostas e ações efetivas sobre o papel da arquitetura e do urbanismo no enfrentamento da crise climática.
O Brasil também estará muito bem representado. Nossos colegas Gustavo Pena e Laura Pena, do escritório mineiro Gustavo Pena Arquiteto e Associados, estarão presentes compartilhando a gentileza e poesia urbana que orientam seus projetos, como o Museu de Congonhas e, mais recentemente, o Memorial Brumadinho — exemplos de uma arquitetura que dialoga com o nosso tempo e com as pessoas.
A conferência será ainda palco de conexões internacionais. Neste sábado, acontece o painel Arquitetura e Urbanismo do Brasil para o Mundo, que vai debater experiências de classe mundial. Eu estarei lá participando desse debate, junto de outros colegas.
É uma oportunidade para mostrar como o conhecimento produzido aqui, incluindo nossas experiências de adaptação climática e integração urbano-ambiental, pode contribuir para cidades mais sustentáveis.
No final das contas, esta conferência reforça a incrível capacidade de transformação das nossas cidades. Claro, isso depende também da nossa capacidade de inovar, participar e engajar, para transformar os espaços urbanos e melhorar a vida das pessoas por meio de ambientes mais resilientes e justos.
Bom, por hoje é só. Até o nosso próximo encontro — porque a cidade que se move é a cidade que melhora.