O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), voltou à Assembleia Legislativa (ALMG) nesta quarta-feira (13/08) para falar sobre o andamento da adesão de Minas Gerais ao programa de pagamento das dívidas do estado junto a União (Propag) . Simões compareceu à Casa em uma sessão esvaziada, marcada pela ausência de parlamentares da oposição ao governo de Romeu Zema (Novo).
Na apresentação desta quarta-feira, Simões falou sobre os ativos que foram oferecidos como garantia. O vice-governador destacou que a análise ainda depende de aprovações na ALMG, e que não recebeu resposta do BNDES sobre bens oferecidos.
Copasa pode ser descartada
O vice-governador também falou sobre a Copasa. Segundo ele, a estatal deve ser recusada pela União, por se tratar de um ativo difícil de ser avaliado. Ainda assim, o Governo de Minas não deixará de oferecer a Companhia como garantia.
Sobre os imóveis, Mateus Simões justificou que a lista grande oferecida à União se deve a uma exigência da Justiça Federal, já que a mesma é quem elenca os imóveis que serão de interesse como garantia ao Propag. Simões colocou como prioridade na ALMG a votação das leis dos Imóveis, do Fim do referendo e as PECs de federalização da UEMG, Cemig e da Minas Gerais Participações S.A. (MGI).
Ausência da oposição
Professor Mateus comentou a ausência de parlamentares da oposição à reunião. Segundo ele, os deputados do PT estão no seu direito ao tentarem obstruir a pauta, mas a base já conta com os votos suficientes para aprovar os textos.
“Se o PT puder parar de obstruir os trabalhos da Assembleia para que a gente possa votar os projetos, eu já fico enormemente atendido. O meu único pedido aqui hoje é para que a oposição faça exatamente o que ela fez hoje: se retire das salas quando ela não quer participar da reunião, e a gente possa votar — e nós temos os votos para votar”, afirmou Simões.
“E não estou falando de atropelo, porque concordando com a nota do bloco, nós precisamos reconhecer a importância do Propag. Isso passa por votar o projeto, porque eu imagino que se o projeto é importante, ele tem que ser votado”, completa.
Simões rechaçou, ainda, a intenção de retirar da oposição a autoria do projeto. “É mesmo o PT que quer tirar tudo o que Minas Gerais tem, tomar os nossos ativos, tomar as nossas empresas, cobrar os juros do governo de Minas Gerais. E infelizmente nós estamos cedendo a isso. Eu estou cedendo”, declara.
“Eu não me sinto ofendido pela ausência da oposição. Acho que isso [a obstrução] é um direito da oposição, mas eu gostaria só de retificar que eu não estou aqui criticando a iniciativa que eles tiveram de propor o Propag. Nem estou tentando tomar para mim a iniciativa. Eu jamais proporia um projeto que pretende tomar os ativos de Minas Gerais. Quem propôs esse projeto foi o governo do PT”.
Por meio de nota, o Bloco da Oposição explicou o motivo dos deputados não participarem da reunião. “É notória a repetição de um padrão adotado pelo vice-governador, que utiliza espaços institucionais para manipular informações e atacar aqueles que estão trabalhando para solucionar um problema que Zema aprofundou”, afirmou.
Os parlamentares da oposição também afirmam que em maio deste ano Mateus Simões prometer “garantir transparência sobre os benefícios fiscais concedidos pelo governo mineiro, mas, posteriormente, recusou-se a cumprir a promessa”.
“Diante desse histórico, e por entender que a audiência – solicitada pelo próprio vice-governador – serviria apenas como palanque para novas mentiras, ataques e autopromoção eleitoral, o Bloco Democracia e Luta decidiu não participar da reunião”, finalizou.