Com previsão de R$ 11 milhões em faturamento em 2025, a CeasaMinas, com sede em Contagem, na Região Metropolitana de BH, tem investido para que a cadeia de distribuição de alimentos chegue ao consumidor do estado.
Convidado do 98 Talks desta quarta-feira (26/02), o presidente das centrais de abastecimento em Minas, Hideraldo Henrique Silva, explicou como a atual gestão pensa e executa operações de logística e distribuição para o escoamento da safra para os 840 municípios do estado, além de cidades de Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia.
“A CeasaMinas é o elo de ligação entre a área rural, o consumidor e fornecedores, como bares e restaurantes. Essa cadeia é importante e liga 14 mil produtores de todo estado à população que necessita do alimento”, comentou.
Presente no estado por meio de entrepostos localizados em Contagem, Juiz de Fora, Caratinga, Barbacena, Uberlândia e Governador Valadares, a CeasaMinas é a segunda maior central de abastecimento do país, atrás apenas das centrais de São Paulo em número de filiais. Segundo o presidente, ela alimenta 12 milhões de pessoas diariamente e contempla 204 empregados.
Destacando o papel do produtor rural, Hideraldo disse que a estrutura da Ceasa se caracteriza pela complexidade em relação ao fluxo de logística e comercialização de alimentos, recebendo de 70 a 90 mil pessoas diariamente.
Inflação
Questionado sobre o contexto inflacionário no qual o preço dos alimentos está inserido em 2025, Hideraldo afirmou que esteve em reunião no Ministério do Desenvolvimento Agrário, onde a questão foi amplamente debatida. “Hoje, a inflação do alimento é mundial, e muitos fatores, como a pandemia, trouxeram traumas para a maioria dos países”, disse.
A alta do preço do café foi colocada em pauta, e o presidente da Ceasa destacou o trabalho do produtor para lidar com a perda da safra.
“O Brasil é o maior produtor mundial de café atualmente e a demanda tem sido maior do que a produção, impactada pelas questões climáticas que influenciaram a qualidade das safras. O cafeicultor tem aprendido que todo ano precisa plantar uma lavoura nova para não ficar refém da crise climática”, acrescentou.
Banco de alimentos
Ainda sobre a gestão e produção de alimentos, o presidente da CeasaMinas citou a reinauguração do Prodal, programa das centrais de abastecimento de Minas que incentiva o combate ao desperdício de produtos que não são comercializados.
Focado em recolher frutas e legumes selecionados e higienizados, Hideraldo explicou que a iniciativa é um banco de coleta que destina alimentos para instituições de caridade.
“Nossa gestão está fazendo novos investimentos no Prodal. No ano passado, o banco de alimentos coletou 900 toneladas, e a previsão é pelo menos dobrar a coleta para doação a entidades e famílias em 2025”, comentou.
Tecnologia e desafios
Olhando para o futuro, Hidebrando disse que a CeasaMinas tem desafios em andamento que pretendem ser concluídos ainda este ano. A melhora da mobilidade dentro dos entrepostos, a gestão dos contratos dos concessionários antigos, a licitação de novos contratos, a descentralização do atendimento, com abertura de novos entrepostos no estado, e o contingenciamento jurídico, que são os passivos das centrais, são alguns citados.
“Se não soubermos cumprir essas obrigações, podemos ter impactos jurídicos, empregatícios e de investimentos para a cadeia de produção e distribuição para os municípios mineiros”, lembrou.
Hideraldo disse que, para facilitar o acesso do produtor a novas possibilidades de distribuição dos produtos, a CeasaMinas tem feito parcerias com o governo do estado, por meio do IMA e da Emater, além de instituições que fomentam a tecnologia para o agro.
“O agricultor está cada dia mais profissional e tem feito parcerias fundamentais com a Embrapa e com universidades para utilizar de tecnologias a fim de se profissionalizar”, finalizou