A Conmebol sorteou, na última segunda-feira (17/3), os grupos da Copa Sul-Americana, que contará com a participação do Cruzeiro, atual vice-campeão do torneio. A Raposa caiu no Grupo E, ao lado de Unión Santa Fe (ARG), Palestino (CHI) e Mushuc Runa (EQU), todos adversários inéditos na história celeste.
Entre eles, o Mushuc Runa é o que mais chama atenção. De origem indígena e desconhecido do público brasileiro, o time equatoriano disputa a Sul-Americana pela segunda vez e, desta vez, estreia na fase de grupos da competição.
Trajetória internacional
A primeira participação do Mushuc Runa em um torneio internacional foi em 2019, quando se classificou para os playoffs da Copa Sul-Americana. Na ocasião, enfrentou o Unión Española (CHI) e, após dois empates, acabou eliminado nos pênaltis.
Apesar de sua pouca idade e tradição fora do Equador, o Mushuc Runa vem crescendo nos últimos anos e se consolidando. No último Campeonato Equatoriano, garantiu vaga na Sul-Americana após ficar em 8º lugar na primeira fase (Apertura) e 6º na segunda fase (Clausura).
Origem e identidade indígena
Fundado em 2003, o clube nasceu de uma iniciativa da Cooperativa de Poupança e Crédito Mushuc Runa, uma organização administrada pelo povo indígena Chibuleo, na cidade de Ambato, região central do Equador. A equipe surgiu com o objetivo de dar visibilidade aos povos originários do país e promover a inclusão no esporte.
O nome “Mushuc Runa” vem do idioma quéchua, língua oficial do antigo Império Inca e ainda falada por povos andinos. Em português, a tradução literal significa “Nova Pessoa” e o lema da equipe é “Indígenas fazendo história”.
Diferente da maioria dos rivais, o clube carrega símbolos indígenas em sua identidade visual. Seu escudo e uniforme trazem elementos da cultura andina, e seu mascote oficial é um garoto vestindo um poncho, traje tradicional dos povos originários da região.

Estádio e altitude como trunfo
Embora tenha um estádio próprio, com capacidade para 8 mil espectadores, o Mushuc Runa não recebeu autorização para utilizá-lo na Sul-Americana. Por isso, mandará seus jogos no Estádio Olímpico de Riobamba, que tem capacidade para 14 mil torcedores e fica a 2.750 metros acima do nível do mar.
