Em mais uma aguardada “Superquarta”, dia em que coincidem as reuniões do Copom e do Banco Central americano, o Fed, o mercado viu o Comitê de Política Monetária elevar a taxa básica de juros no Brasil a 14,75%, o maior patamar em quase 20 anos, nesta quarta-feira (7/5).
Em meio à espera de uma trégua para o aumento da Selic, a alta promovida pelo Copom confirmou as expectativas dos analistas.
Atualmente no patamar de 14,25% ao ano, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, não hesitou em fazer um ajuste “de maior magnitude”, como havia sinalizado na última reunião do Copom. Porém, no comunicado desta quarta-feira, Galípolo informou que vai adotar uma “cautela adicional”.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, disse o comunicado.
Inflação
Ainda segundo o Copom, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, apuradas pela pesquisa Focus, permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,5% e 4,5%, respectivamente.
Juros nos EUA
Enquanto isso, nos EUA, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) decidiu manter a taxa de juros americana na faixa de 4,25% a 4,50% pela terceira vez consecutiva, em meio à incerteza sobre a política tarifária do governo de Donald Trump.
A manutenção dos juros americanos era esperada pelo mercado, uma vez que o Fed já vinha sinalizando cautela para ter uma visão mais clara dos rumos da economia antes do próximo movimento na taxa.
Em comunicado, o comitê informou que a economia continua expandindo em “ritmo sólido” apesar do impacto das variações nas exportações na economia americana.