Na tarde desta quinta-feira (8/5), o novo papa foi apresentado aos fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano. Trata-se do cardeal Robert Francis Prevost, americano de 69 anos.
O novo pontífice escolheu o nome Leão XIV, que não era adotado desde 1878, há 147 anos. O nome está entre os cinco mais comuns entre os papas, ficando atrás apenas de João (21 vezes), Gregório (16 vezes), Bento (15 vezes) e Clemente (14 vezes).
O primeiro papa a adotar o nome Leão foi Leão I, também conhecido como São Leão Magno. Natural da região da Tuscia — atual Toscana, na Itália — ele foi o 45º papa da Igreja Católica. Seu pontificado teve início em 29 de setembro de 440 e terminou em 10 de novembro de 461. Desde então, outros 12 papas adotaram o nome Leão.

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Nem sempre a numeração dos nomes pontifícios indica corretamente quantos papas já o utilizaram. Um exemplo é João, que aparece 21 vezes, embora o último papa a adotá-lo tenha sido João XXIII (1958–1963). A contagem oficial desconsidera dois números, por conta de episódios ocorridos durante a Idade Média.
Como o nome é escolhido?
A tradição de mudar de nome após a eleição ao trono pontifício tornou-se um costume ao longo dos séculos e está ligada às origens da história da Igreja. Assim, o nome de batismo é substituído por um nome pontifício, representando um “segundo nascimento”. Frequentemente, essa escolha está associada a santos ou apóstolos.
Por outro lado, alguns nomes bíblicos bastante comuns jamais foram adotados por papas — como José, Tiago, André e Lucas. Além disso, nenhum pontífice, até hoje, escolheu chamar-se Pedro, em referência ao apóstolo e primeiro papa da Igreja Católica.
Quem é Robert Prevost, o papa Leão XIV?
Robert Francis Prevost nasceu em 1955, em Chicago (EUA), e era bastante próximo do papa Francisco, com quem compartilhava visões sobre o meio ambiente, atenção aos pobres e aos migrantes. Missionário no Peru por muitos anos, também foi superior-geral da Ordem dos Agostinianos por dois mandatos.
Com formação em Matemática, Teologia e Direito Canônico, Prevost foi ordenado padre em 1982. Atuou no Peru como chanceler, professor de seminário, pároco e vigário judicial. Em 1999, retornou aos EUA como superior provincial e, posteriormente, foi eleito líder mundial da ordem.
Em 2014, voltou ao Peru como administrador apostólico e, em 2015, tornou-se bispo de Chiclayo. De 2018 a 2023, foi vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana, tendo papel relevante nas crises políticas do país. Também administrou provisoriamente a diocese de Callao.
Em 2023, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão responsável pela nomeação de bispos no mundo todo. No mesmo ano, foi criado cardeal por Francisco. Embora discreto na mídia, foi elogiado por sua escuta atenta e capacidade de síntese.
Apesar do prestígio, seu nome esteve envolvido em controvérsias relacionadas à condução de casos de abuso sexual, tanto nos EUA quanto no Peru. Em ambos os casos, ele negou omissão, e seus defensores afirmam que seguiu os procedimentos da Igreja. No Peru, o caso mais recente envolve uma acusação de pagamento de US$ 150 mil para silenciar vítimas.
Ainda assim, Prevost foi cogitado como um candidato de consenso no conclave de 2025, embora alguns analistas o considerassem jovem demais e ainda recente no Colégio Cardinalício para ser eleito papa.