Durante apresentação das possibilidades de investimentos em Minas Gerais, para investidores estrangeiros, em Nova York, Mateus Simões, vice-governador de Minas Gerais, fez uma defesa dos biocombustíveis, em particular do etanol. Para um grupo de empresários e especialistas representantes do setor de combustíveis, Simões não poupou a equipe do presidente Lula, afirmando que a atual política ambiental brasileira é inadequada.
Ele aproveitou o palco internacional para reforçar seu posicionamento contra a eletrificação da frota de veículos no Brasil, um projeto que, segundo ele, “significa impedir que as pessoas comprem carros” e “assassinar uma das mais importantes indústrias de energia do país”. Para o vice-governador, o movimento em direção aos veículos elétricos seria um “equívoco econômico e um equívoco ambiental”.
A crítica se torna ainda mais enfática ao mencionar que o governo federal “não tem nada a mostrar, infelizmente, na pauta ambiental” e que, talvez, tente “surpreender com sustos dessa espécie em novembro”, em alusão à COP prevista para ocorrer em Belém, no Pará.
A defesa do Etanol
A defesa do etanol como principal matriz energética para veículos leves no Brasil não é nova e está alinhada com o discurso do governador Romeu Zema (Novo). No mês passado, Zema chegou a classificar os carros elétricos como “modismo internacional”, destacando a superioridade do etanol no cenário brasileiro. Para o governo mineiro, a eletrificação é vista como uma ameaça à indústria nacional, enquanto o etanol é celebrado como solução sustentável e acessível.
“O Brasil tem 45 milhões de carros leves em circulação. Essa frota, por consumir etanol misturado à gasolina ou etanol puro, já nos proporciona uma emissão 25% menor que frotas equivalentes em outros lugares do mundo. Isso significa que temos 10 milhões de carros elétricos no Brasil por conta do etanol, que ainda não é utilizado da forma que deveria”, argumentou Simões.
Durante sua fala nos EUA, o vice-governador também alertou para a possível apresentação, por parte do governo federal, de propostas defendendo a eletrificação durante a COP. “Espero que cada um de nós cuide, nas suas bancadas estaduais, nas suas lideranças junto aos representantes em Brasília, de cercar qualquer movimento nessa direção, porque seria um equívoco. Um equívoco econômico e um equívoco ambiental”, afirmou.
Com a aproximação da COP, a defesa do etanol e a crítica à eletrificação dos veículos se consolidam como bandeiras do governo mineiro, que busca posicionar o biocombustível como protagonista da transição energética no Brasil. O palco internacional serviu para fortalecer esse discurso, apresentando o etanol como uma solução acessível e ambientalmente viável para o futuro da frota nacional.