Em meio a tanto lixo, Belo Horizonte pede socorro

Siga no

Segundo dados da própria SLU, BH gera cerca de 3.000 toneladas de lixo por dia (Pedro Antônio/PBH)

A capital mineira anda suja. E não é força de expressão: basta circular por avenidas como Antônio Carlos, Cristiano Machado, Pedro II ou Amazonas para perceber que o mato cresce mais do que os cuidados da Prefeitura. A Lagoinha, tradicional bairro da cidade, virou vitrine do descaso com montanhas de lixo que se acumulam a céu aberto.

Os canteiros centrais das principais avenidas da cidade se enchem de mato, encostas parecem abandonadas à própria sorte, e praças, que deveriam ser espaços de lazer e convivência, tornaram-se territórios do abandono. Um exemplo emblemático é a praça em frente à rodoviária, recém reformada com pompa, propaganda e circunstância, e que já voltou ao triste estado anterior: suja, mal cuidada e invisível aos olhos do poder público.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

600 milhões de reais para não retirar o lixo das ruas

Segundo dados da própria SLU, BH gera cerca de 3.000 toneladas de lixo por dia. Uma cidade que coleta isso em volume não deveria ter o lixo como item de decoração permanente nas ruas.

O curioso, ou revoltante, é que a Prefeitura afirma destinar mais de R$600 milhões para serviços de limpeza urbana, coleta, varrição e capina. O contrato da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) com empresas terceirizadas é milionário, mas o retorno visível é pífio. A matemática da sujeira não fecha.

Belo Horizonte tem problemas históricos, é verdade. Mas o cenário atual não é apenas resultado da herança de gestões passadas, é também reflexo de uma política de manutenção urbana que parece ter tirado férias prolongadas. A BH que um dia se orgulhou de ser “cidade jardim” agora luta para ser apenas cidade, abandonada e sem zeladoria.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O lixo nas ruas é mais do que feiura. É risco sanitário, é desrespeito ao contribuinte e é, sobretudo, um sintoma de uma metrópole que parece não poder se olhar no espelho.

Até quando o cidadão belo-horizontino vai naturalizar a decadência? Ou será que, por aqui, o abandono virou política pública?

Siga no

Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

Gasolina barata por um dia, mas pagando a conta no resto do ano

BR-319: Marina Silva sabota o desenvolvimento com ambientalismo ideológico

Mariana, 10 anos depois: indenização com cara de insulto

Guia prático: como criar sua loja no TikTok Shop Brasil

Guarda Municipal na Constituição: um avanço simbólico

IOF mais alto: um remédio amargo para quem já está com febre

Últimas notícias

Senado aprova medida que proíbe atletas e influenciadores em anúncio de bets

Green Day anuncia dois novos shows no Brasil

Farmácia Popular: cidadão será avisado sobre remédio de uso contínuo

Brasil recebe status internacional como livre de febre aftosa sem vacina

Descontos na conta de energia ganham força em meio a alta de tarifa em Minas Gerais

Governo fará busca ativa a eventuais atingidos por descontos indevidos do INSS, porta a porta

Ex-alvo do Galo, Luis Henrique está perto de ser vendido à Inter de Milão por R$ 160 milhões

Samuel Venâncio: Cruzeiro eliminado na Sula, agora o foco é no Palmeiras

Adesão de Minas ao Propag é aprovada em 2º turno na Assembleia Legislativa