Marco Antônio Viana, diretor do Instituto Mário Penna, foi o convidado do Start 98 News para falar sobre os desafios, conquistas e inovações da instituição referência em tratamento oncológico em Minas Gerais. Ele destacou que a sustentabilidade do hospital depende fortemente da mobilização da sociedade.
“Somos uma instituição que vive, primordialmente, da ajuda das pessoas. Um terço da nossa receita vem de doações ou emendas parlamentares”, afirmou. Segundo ele, cerca de 70 mil pessoas contribuem mensalmente por meio das contas da Cemig e Copasa, além do Troco Solidário em redes como BH Supermercados e Verdemar.
O diretor também celebrou o sucesso do jantar beneficente que marcou os 54 anos da instituição, arrecadando mais de R$ 1 milhão. “Esse evento não é só sobre arrecadação. Ele serve para sensibilizar a sociedade sobre a importância de ajudar quem mais precisa, especialmente quem é atendido pelo SUS.”
Um dos principais temas abordados foi a transformação do Hospital Luxemburgo em unidade 100% SUS. A mudança, oficializada no fim de 2023, tem como objetivo ampliar o número de leitos e a capacidade de atendimento com qualidade. “Entendemos que precisávamos mudar essa realidade. Se não fizéssemos isso, a imagem que passaria seria de que o hospital não evolui, mesmo com tanta ajuda”, explicou. Com o novo modelo, o hospital passa a receber incentivos, que, segundo Marco Antônio, “não resolvem, mas equilibram a conta”.
A expectativa é de um salto de 216 para cerca de 310 leitos SUS em uma primeira fase, podendo chegar a 350. “Já abrimos mais de 50 leitos e aumentamos o número de leitos de CTI e enfermaria”, disse. A unidade, embora voltada para oncologia, também atenderá outras especialidades como cardiologia e hemodinâmica, em acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
O presidente destacou que, mesmo com avanços no interior de Minas, o Instituto continua sendo referência para regiões como o Vale do Jequitinhonha e Mucuri. “A gente continua recebendo muitos pacientes dessas áreas. Somos um centro de alta complexidade e referência em várias especialidades, como medicina nuclear.”
Marco Antônio também abordou o investimento na formação de profissionais da saúde. Atualmente, o Instituto conta com 110 médicos residentes. “A residência custa para nós. Pagamos metade das bolsas, mas consideramos um investimento. Esses profissionais se formam conosco e depois voltam para atuar em cidades do interior, ajudando a desafogar os grandes centros.”
O vínculo com os médicos também é prioridade. “A gente precisa tratar bem o médico. Tem gente que fala em controlar a caneta do médico, mas o caminho é parceria, não controle. O médico é nosso cliente também.”
A mensagem final é clara: “Quando alguém doa para o Mário Penna, não está apenas ajudando um paciente. Está ajudando a formar médicos, expandir atendimento e transformar vidas.”