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O Brasil foi alçado ao centro das atenções do noticiário internacional (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil foi alçado ao centro das atenções do noticiário internacional (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Faltam poucos dias para a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. O clima é de urgência, não só nos bastidores da economia, mas também no tabuleiro político. É fato que o presidente Lula colheu alguns dividendos políticos do tarifaço do Trump.

O Brasil foi alçado ao centro das atenções do noticiário internacional, ganhou o apoio histórico de outros países e, internamente, o governo reforçou a narrativa de enfrentamento ao protecionismo americano. Mas, passada a retórica, a realidade se impõe. A tarifa entra em vigor nesta sexta-feira e o Brasil ainda não costurou um acordo comercial para impedir ou mitigar seus efeitos. E o cenário externo mostra que há alternativas viáveis.

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O recente acordo comercial fechado entre o governo Trump e o Japão, por exemplo, garantiu isenção tarifária para diversos produtos agrícolas japoneses em troca de maior abertura de mercado para bens industriais norte-americanos. Foi um acordo duro, mas possível, e mostra que, mesmo com o novo protecionismo americano, há espaço para negociação, desde que o governo brasileiro tenha clareza de objetivos e estratégia de atuação.

O problema é que, até aqui, a diplomacia econômica brasileira tem ficado atrás dos acontecimentos. O Itamaraty ainda não apresentou um cronograma claro de avanços; o Ministério da Fazenda fala mais em compensações de mercado do que em enfrentamento direto; e os setores mais atingidos, como agronegócio, alimentos processados e bens industrializados, sentem-se na linha de frente da crise.

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Em economia, não existe alquimia, e os últimos acordos comerciais costurados pelos Estados Unidos com o Japão, Coreia do Sul e até com países da Europa mostram um caminho: trocas estratégicas, abertura de mercado e contrapartidas claras. O Brasil também pode avançar nesse modelo, seja negociando reduções tarifárias recíprocas, seja oferecendo acesso a insumos críticos, como as terras raras, ou até explorando acordos de transferência de tecnologia em setores de alto valor agregado.

A janela de oportunidade existe, mas é curta. Ficar inerte e desperdiçá-la é transferir os custos para o setor produtivo, o emprego e o crescimento.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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