A febre do ‘morango do amor’ invadiu as confeitarias, as redes de supermercado e até as cozinhas brasileiras mais simples. Viral nas redes sociais, o doce se transformou em fonte de renda para muitos empreendedores. O que poucos sabem é que ‘morango do amor’ é uma marca registrada no Brasil e pode resultar em problemas judiciais em casos de uso indevido.
De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), entidade vinculada ao Ministério da Economia, o título pertence à Peccin S/A, empresa brasileira que fabrica chicletes, balas e semelhantes. O ‘morango do amor oficial’ seria, na realidade, um pirulito com recheio mastigável de morango, com logotipo formado por letras estilizadas inscritas em um coração.

Registrada em agosto de 2007, a vigência da marca vai até janeiro de 2030, podendo ser renovada periodicamente. Na teoria, seu uso é exclusivo à Peccin S/A, mas a realidade é bem diferente. Em Belo Horizonte, a febre gastronômica não só tomou as redes sociais, mas elevou em 9% o preço das caixas de morango nos mercados.
A cerca de 400 km da capital, Senador Amaral, no Sul de Minas Gerais, elevou a receita à patrimônio imaterial do município.
Especialista em propriedade intelectual, Euler Costa não vê na popularização da marca um “risco” para os pequenos produtores de ‘morango do amor’. “Acredito que ela [Peccin S/A] não vai [processar pequenos empreendedores]. Acredito que ela vai colocar um produto dela com esse nome”, analisa. A estratégia seria utilizada para ‘surfar na onda’ do viral.
Ufa! Para os fãs do doce, fica liberado fazer em casa e comer em paz. No entanto, para as grandes empresas, o uso da marca segue vedado.