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Banco Central dos Estados Unidos (Divulgação)

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No Visão Macro de hoje, vamos falar um pouco mais sobre política monetária, mas não no caso brasileiro e do nosso Banco Central ou do nosso Copom, mas, na verdade, do único Banco Central que consegue reger a grande maioria dos preços do mundo. Isso é, o Banco Central Americano e seu comitê independente de política monetária, capitaneado, né, pelo ainda Jerome Powell. Por que digo “ainda”?

Uma das principais discussões que têm sido feitas na política monetária internacional é se o próximo presidente da instituição americana deverá ter alinhamento um pouco mais crescente com as vontades do presidente americano Donald Trump ou não.

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Isso é, alguém que seja vocal, como Trump, sobre a necessidade de jogar os juros para baixo, mesmo que a economia se mantenha resiliente e o arcabouço de política monetária do Banco Central tenha que ser respeitado, isso é, dadas as ancoragens das expectativas inflacionárias e o mandato do órgão em que ele funciona, né, olhando também não só para metas de inflação, mas também para desemprego, né? Será que esse próximo presidente vai jogar os juros para baixo “na marra”?

Se isso for verdade, por um lado pode ser positivo para os outros ativos do mundo. Isso é, né? Jogar os juros americanos para baixo muda o fluxo de maneira relevante para o mundo como um todo, algo que a gente já tem visto acontecer, né?

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Mas o mais relevante aqui é que talvez o processo inflacionário dos Estados Unidos tenha uma característica muito maior de repressão financeira. Isso é parte do ajuste fiscal que deve acontecer nos Estados Unidos, dado o nível de juros e, assim como o nível da dívida como um todo, que tem chegado perto de 100% do PIB, deverá passar por algum processo de ajuda do deflator do PIB. Isso é, deixar que os juros correntes sejam menores do que a inflação corrente.

De uma maneira ou de outra, parte da problemática fiscal seja corroída exatamente por esse processo inflacionário. Se isso acontecer, é uma mudança muito relevante para a política central dos outros bancos centrais. Isso é, né?

No caso do Brasil, o Banco Central Americano ser mais leniente e jogar juros com mais vontade para baixo por um período mais longo, inclusive, pode fazer com que, a despeito do nosso processo inflacionário ainda resiliente, possamos ter menos juros ao longo do tempo e, talvez, de maneira inclusive mais rápida do que está sendo precificado na curva de juros hoje. Ou seja, talvez o nosso Banco Central, se isso acontecer, possa começar a cortar ainda neste ano e não no ano que vem, como esperado.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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