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Carteira de trabalho
O mercado de trabalho segue aquecido, especialmente nos setores de serviços (Arquivo/Agência Brasil)

O mercado de trabalho segue aquecido, especialmente nos setores de serviços (Arquivo/Agência Brasil)

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A taxa de desemprego no Brasil atingiu uma mínima histórica, mesmo com juros reais em patamares elevados. Como explicar essa aparente contradição? Estaria o mercado de trabalho brasileiro mais resiliente do que se imaginava ou estamos diante de uma mudança estrutural que ainda não compreendemos completamente?

Tradicionalmente, juros altos desaceleram a economia, encarecem o crédito e reduzem o consumo, o que em tese deveria aumentar o desemprego, mas o que se observa é o oposto. O mercado de trabalho segue aquecido, especialmente nos setores de serviços. Isso levanta uma hipótese relevante. Será que a taxa natural de desemprego no Brasil caiu? Fatores demográficos e educacionais ajudam a entender esse fenômeno.

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A população brasileira está envelhecendo, os jovens, grupo historicamente mais vulnerável ao desemprego, representa uma fatia maior da força de trabalho. Além disso, o nível médio de escolaridade aumentou, o que tem a reduzir a volatilidade do emprego e tornar o mercado mais estável.

Outro ponto importante é a composição da inflação com bastante preços em serviços e estimulado pelo aumento de gastos do governo. Isso torna o uso da Selic um instrumento de controle inflacionário menos eficaz, o que pode explicar porque o emprego não cede mesmo com juros elevados.

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Há também uma questão de produtividade e informalidade. Muitos trabalhadores estão ocupados, mas em posições de baixa remuneração ou sem proteção social. A taxa de desemprego pode estar baixa, mas isso não significa que o mercado esteja saudável.

É preciso olhar além dos números e avaliar a qualidade dos empregos gerados. Em economia, não existe alquimia. A combinação de juros altos e desemprego baixo pode parecer mágica, mas é fruto de múltiplas variáveis que exigem análise técnica e políticas públicas coerentes. Sem isso, o equilíbrio aparente pode se desfazer com rapidez.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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