Uma das empresas que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (17/9), a Gute Sicht Ltda., já havia sido alvo de investigação em 2023 por problemas na licença ambiental em atividades de lavra de minério de ferro na Serra do Curral. Na ocasião, a empresa foi fechada pelo Governo de Minas Gerais e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A decisão foi tomada a partir da análise da fiscalização no local e de geoprocessamento, em ação acompanhada por um fiscal da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Em outra fiscalização naquele mesmo ano, foi constatado que houve deslocamento de uma cerca que delimitava as áreas de direito minerário, avançando indevidamente sobre trecho de direito de outra empresa. A fiscalização resultou em multas ambientais de R$ 89.443,12 e, naquele momento, em suspensão imediata das atividades de lavra a céu aberto de minério no local.
Na época, o governo de Minas havia informado que a Gute Sicht não havia processo de licenciamento ambiental aprovado na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e que não havia termos de ajustamento de conduta (TAC) vigentes, ou seja, a empresa operou sem autorização administrativa da pasta ambiental.
A Gute Sicht teve um TAC assinado em 2021 com a Semad, com validade de 12 meses, além de um aditivo firmado em 2022, sendo cancelado pela pasta por descumprimento de condicionantes.
Operação da PF
A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta quarta-feira (17/9), 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão em uma operação para afastar servidores públicos envolvidos em um esquema bilionário. Os procurados são acusados de corromper servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração.
Segundo a PF, eles buscavam autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas autorizações eram utilizadas explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação.
A organização criminosa também teria atuado para dificultar as investigações e monitorar autoridades. Além disso, o grupo utilizou diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas.
A investigação identificou projetos em andamento vinculados à organização criminosa com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.