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(Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Hoje vamos falar sobre o Dia Mundial Sem Carro, que será celebrado na próxima semana, em 22 de setembro. É uma ótima oportunidade para refletirmos sobre os problemas causados pela nossa dependência excessiva do automóvel como meio cotidiano de deslocamento, seja para o trabalho, casa, estudo ou até mesmo para as compras.

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte, no ano passado, mais da metade dos brasileiros deixaram de usar o ônibus ou diminuíram drasticamente seu uso nos últimos anos.

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E para onde todas essas pessoas foram? A pesquisa mostra que 38,5% migraram para o carro próprio, quase 20% passaram a se deslocar a pé e 18% substituíram o transporte coletivo por aplicativos de transporte.

Mas por que as pessoas estão abandonando o ônibus? A pesquisa é clara: tempo elevado de viagem, preço alto da passagem, falta de conforto e rotas e horários pouco atrativos.

É uma espécie de círculo vicioso: quanto pior o serviço, mais gente abandona. Quanto menos gente utiliza, menor o volume de recursos injetado no sistema. Aqui em Belo Horizonte, vivemos esse problema todos os dias. Quem nunca ficou esperando um ônibus lotado passar ou desistiu de uma viagem porque o trajeto demoraria o dobro do tempo em comparação com carro ou moto?

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Mas há um dado interessante: dois terços das pessoas que abandonaram o transporte coletivo voltariam a usá-lo se esses problemas fossem resolvidos. Ou seja, não é que as pessoas odeiem o transporte coletivo. Elas querem que ele seja tratado como uma verdadeira prioridade.

E para isso, é preciso torná-lo mais rápido, integrado, acessível e confiável. Imagine pegar um ônibus e chegar em metade do tempo de quem vai de carro ou de moto. Isso já é realidade em várias cidades que implantaram redes integradas de transporte, integração tarifária, sistemas de BRTs e monotrilhos, que têm prioridade sobre os demais meios motorizados.

Até mesmo o semáforo pode ser inteligente: abrir para o ônibus trafegar em sua faixa exclusiva, enquanto os sinais para carros e motos permanecem fechados. É dar prioridade à sua majestade: o transporte coletivo, além das bicicletas e dos pedestres.

Quem sabe esse não é o caminho? Priorizar as pessoas.

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Sérgio Myssior

Diretor do Grupo MYR e professor da Fundação Dom Cabral. Arquiteto e urbanista, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela UFMG. Fundador e presidente do Instituto Bem Ambiental (IBAM), integra o Conselho Editorial da Revista Ecológico. Foi conselheiro do CAU/MG, do Conselho de Meio Ambiente, vice-presidente do IAB/MG e presidente do Gemarq/Asbea MG. Atuou por 9 anos como comentarista na rádio CBN nos programas "Mais BH" e "A BH que queremos".

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