Um novo espaço voltado ao acolhimento de mulheres vítimas de violência foi inaugurado na Arena MRV na última terça-feira (30/9). O lançamento ocorreu momentos antes da partida entre Atlético e Juventude, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Batizado de Espaço de Acolhimento à Mulher, ou Sala Lilás, o local busca oferecer um ambiente seguro e reservado para casos de assédio, importunação sexual, injúria racial e outras formas de violência durante eventos no estádio.
A iniciativa é fruto de uma articulação institucional entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e a administração da Arena, com apoio de diversas entidades, incluindo o Ministério Público (MPMG), a Defensoria Pública, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, além das Polícias Civil e Militar. A sala funciona ao lado do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos e contará com profissionais e materiais informativos para oferecer auxílio às vítimas.
Desembargador do TJMG, Fernando de Vasconcelos Lins destacou que, apesar de a Sala Lilás ter sido inaugurada, “espera que o espaço nunca seja utilizado”. “Que a nova sala não precise receber nenhuma vítima, mas se for necessário, o espaço tem ambiente propício e acolhedor, onde a mulher pode se sentir segura para se abrir diante de profissionais capacitados e treinados pelo Tribunal de Justiça para atuar nessas situações”, apontou.
A coordenadora dos Juizados Especiais do Estado de Minas Gerais, juíza Raquel Discacciati Bello, lembrou que a inauguração da Sala contribui também para a pacificação nos estádios. “Os clubes e as arenas têm sido muito receptivos porque sabem que iniciativas como essa favorecem as campanhas contra a violência nos estádios”, destacou.
Para facilitar o pedido de ajuda, a administração da Arena MRV espalhou cartazes informativos pelo estádio, com QR Codes que direcionam eventuais vítimas à central de atendimento.
Expansão
A Sala Lilás da Arena MRV segue as orientações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está alinhada à Carta de Brasília, firmada durante o Encontro Nacional dos Juizados do Torcedor, realizado em março deste ano. O documento recomenda a criação de salas de acolhimento com equipes multidisciplinares para atendimento a mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência durante eventos.
Em julho, o Mineirão já havia embarcado no projeto de uma sala do tipo. Por lá, assim como na casa do Atlético, a concessionária responsável pelo estádio também espalhou orientações para eventuais vítimas. Conheça a Sala Lilás do Mineirão aqui.