O San Lorenzo, um dos gigantes do futebol argentino e campeão da Libertadores de 2014, vive uma crise sem precedentes em sua história. A Justiça da Argentina determinou que o clube quite, até o próximo sábado (19/10), uma dívida de 4,4 milhões de euros (cerca de R$ 28 milhões) com o fundo suíço AIS Investment Fund.
Caso o pagamento não seja realizado dentro do prazo, o San Lorenzo poderá ter a falência decretada — algo inédito entre os grandes do país.
O impasse teve início em 2020, quando o clube vendeu o atacante Adolfo Gaich ao CSKA Moscou e, para antecipar a receita da negociação, recorreu a um empréstimo junto ao fundo suíço. O problema surgiu quando o CSKA transferiu o valor diretamente ao San Lorenzo, que não repassou o dinheiro ao credor.
Desde então, a disputa se arrasta na Justiça. O débito original, de 3,6 milhões de euros, cresceu com juros e correções. Agora, sem possibilidades de recurso e após sucessivas tentativas de acordo frustradas, o clube corre contra o tempo para evitar um colapso financeiro inédito.
O San Lorenzo ganhou projeção mundial em 2013 por ser o time de coração do papa Francisco. O pontífice, torcedor assíduo e frequentador das partidas, nunca escondeu sua paixão pelos Cuervos, como a equipe é conhecida. No ano seguinte, o clube viveu seu auge ao conquistar a Copa Libertadores, em uma campanha que incluiu a eliminação do Cruzeiro, em pleno Mineirão. Já em 2024, o time caiu nas oitavas de final da competição ao perder para o Atlético, por 1 a 0, na Arena MRV.