O Google entrou em uma nova fase com o Gemini 3, apresentado como o modelo mais inteligente já criado pela empresa. A novidade combina raciocínio avançado, entendimento multimodal e capacidades de “agente”, capaz de planejar e executar tarefas mais complexas em nome do usuário.
Segundo a companhia, a ideia é simples: usar o Gemini 3 para aprender, construir e planejar qualquer coisa, em produtos que já fazem parte do dia a dia, como o app Gemini, o Google Search e as ferramentas para desenvolvedores na nuvem.
O que é o Gemini 3?
O Gemini 3 é a nova geração da família de modelos de IA do Google. Ele sucede o Gemini 2.5 e chega com foco em três frentes principais:
Raciocínio mais profundo e preciso, com melhor desempenho em provas e benchmarks acadêmicos.
Multimodalidade avançada, entendendo texto, imagem, áudio, vídeo e código de forma integrada.
Capacidade “agente”, ou seja, usar ferramentas, navegar, executar fluxos longos e tomar decisões em etapas, sob orientação do usuário.
Na prática, isso significa um modelo com mais “noção de contexto”, capaz de entender melhor a intenção por trás do pedido e responder com mais objetividade, menos bajulação e mais análise – o próprio Google destaca que o Gemini 3 é “inteligente, conciso e direto”.
Modo Deep Think: IA pensa por mais tempo
Junto com o Gemini 3 Pro, o Google apresentou o Gemini 3 Deep Think, um modo de raciocínio reforçado que leva o modelo a um novo patamar em tarefas complexas.
Nos testes divulgados pela empresa, o Deep Think:
Superou o próprio Gemini 3 Pro em desafios como Humanity’s Last Exam e GPQA Diamond, que medem raciocínio em nível de pós-graduação;
Atingiu 45,1% no ARC-AGI-2, benchmark voltado a problemas novos, que exigem criatividade e adaptação.
O Deep Think ainda está em fase de avaliação de segurança e será liberado primeiro para assinantes Google AI Ultra, após testes adicionais com especialistas externos e órgãos como a agência britânica AISI.
O que muda para quem quer aprender com IA
Para o usuário comum, o Gemini 3 se posiciona como um assistente de estudo e aprendizado multimídia. Entre os exemplos citados pelo Google estão:
transformar receitas manuscritas de família em um livro de cozinha organizado;
ler artigos acadêmicos, longas videoaulas e tutoriais e devolver resumos, flashcards interativos e visualizações em código;
analisar vídeos, como uma partida de esporte amador, e sugerir um plano de treino personalizado.
No Google Search, o Gemini 3 alimenta o AI Mode, que agora passa a gerar interfaces generativas: layouts visuais imersivos, simulações e ferramentas interativas montadas na hora, com base na dúvida do usuário.
Ferramenta para desenvolvedores
Para quem desenvolve software, o Gemini 3 se apresenta como o melhor modelo de “vibe coding” e código agente já criado pela empresa.
Ele lidera rankings como o WebDev Arena, com desempenho de destaque em geração de interfaces web complexas, uso de terminal e solução de tarefas de programação em repositórios reais.
O modelo já está disponível em:
- Google AI Studio e Vertex AI;
- Gemini CLI e ferramentas como Android Studio;
- plataformas de terceiros como Cursor, GitHub, JetBrains, Manus e Replit.
A grande novidade para devs é o Google Antigravity, uma nova plataforma voltada à era dos agentes. Nela, agentes de IA têm acesso direto ao editor, terminal e navegador e são capazes de:
- planejar projetos de software de ponta a ponta;
- escrever, testar e validar código de forma autônoma;
- operar o computador via navegador para checar resultados.
Gemini 3 também planeja, executa e ‘toca a rotina’
Além de código, o Google quer que o Gemini 3 seja útil na organização da vida prática.
Com melhor planejamento de longo prazo – comprovado em testes como o Vending-Bench 2, em que o modelo administra por um ano um negócio simulado com máquina de venda automática – o Gemini 3 consegue gerir fluxos longos sem “se perder no meio do caminho”.
Isso abre portas para tarefas como:
organizar a caixa de entrada do e-mail;
agendar serviços locais;
coordenar várias etapas de um processo, da pesquisa até o agendamento, sempre com supervisão do usuário.
Segurança e próxima fase do Gemini
O Gemini 3 é apresentado como o modelo mais seguro do Google até agora, com:
- menor tendência à bajulação;
- mais resistência a ataques por prompt injection;
- proteção reforçada contra usos maliciosos, como ciberataques.
O modelo passou por avaliações internas ligadas ao Frontier Safety Framework e também por testes com especialistas independentes e órgãos reguladores.
A partir de hoje, o Gemini 3 começa a ser liberado em:
- app Gemini, para o público em geral;
- AI Mode in Search, para assinantes Google AI Pro e Ultra;
- Gemini API, Antigravity e Gemini CLI, para desenvolvedores;
- Vertex AI e Gemini Enterprise, para empresas.
O modo Gemini 3 Deep Think chega em seguida, após mais rodadas de avaliação de segurança.
