Alguns números da produção de ferro: No mundo, ela cresce.No Brasil, patina

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As atividades de mineração e siderurgia são extremamente importantes para a economia brasileira. Além disso, elas geram empregos, taxas e impostos, além de contribuírem com importantes iniciativas de proteção ambiental.

 As exportações minerais Brasileiras diminuíram, entre 2021 e 2022, passando de US$57,80 bilhões para US$ 41,67  bilhões (uma diminuição de -27,9%). Em 2023 as perspectivas indicam estabilidade em relação aos resultados de 2022.

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O minério de ferro é uma das principais commodities do mundo, e o Brasil é um dos maiores produtores mundiais, sendo que deste minério foram exportados em 2022, 344,1 milhões de toneladas, gerando uma receita de R$ 153,5 bilhões, equivalente a 61% da receita total de minerais exportados.

Dos oito minérios mais exportados pelo Brasil, a China aparece entre os principais compradores para sete deles, sendo o principal comprador para minério de ferro, manganês e nióbio, é o segundo maior para cobre e pedras naturais e revestimentos ornamentais e o quarto maior para alumínio; quinto maior para caulim.

Em 2022, a Mineração e Transformação Mineral geraram mais de 800 mil empregos diretos e cerca de 2 milhões indiretos, tendo sido responsáveis por 3% do PIB do Brasil.

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O setor mineral aumentará investimentos para US$ 50 bi até 2027, principalmente os socioambientais que passarão de US$ 4,2  bilhões para US$ 6,5 bilhões em cinco anos.

Dos investimentos da mineração o maior volume será direcionado ao minério de ferro: US$ 17 bilhões, ou 24% a mais do  que no período anterior; o cobre receberá US$ 4,5 bilhões; o níquel receberá US$ 2,3 bilhões. A maior parte dos investimentos estão projetados para os estados do Pará, Minas Gerais e Bahia (somados, totalizam 82%)

O faturamento da indústria mineral caiu de R$ 339 bilhões para R$ 250 bilhões em 2022 – uma queda de 26%. – Os maiores estados produtores de minérios do Brasil, Minas Gerais e Pará, observaram queda no faturamento de 30% (de R$ 143 bilhões para R$ 100,5 bilhões) e de 37% (de R$ 146,6 bilhões para R$ 92,4 bilhões), respectivamente.

Em 2022 o setor recolheu R$ 86,2 bilhões em tributos e encargos. Desse recolhimento, R$ 7 bilhões foram para a CFEM, sendo que o minério de ferro contribuiu com R$ 5,3 bi desse total.

Os municípios mineradores somam 2.699, sendo que temos uma variação de 91 tipos minerais extraídos, 7.300  empresas e microempreendedores extratores, sendo que aqueles que mais arrecadam royalties da mineração estão em Minas Gerais e Pará, sendo que estes municípios mineradores apresentaram IDH maior que outros municípios da mesma região.

No entanto quando comparamos o Brasil com os principais países produtores, no quesito produção de minério de ferro, observamos que ao longo dos anos a nossa produção se mantém em patamares constantes, enquanto que, em alguns países concorrentes, como a Austrália ela disparou..

Observando a importância que a produção de minério tem para o Brasil, os números robustos que ele representa na matriz de exportação, sua grande utilização na produção de inúmeros produtos utilizados pela sociedade diariamente, como na construção civil, veículos diversos e equipamentos de toda serventia, cabe uma reflexão. Porque nossa produção se mantém nos mesmos patamares há mais de 15 anos? Porque a Austrália neste mesmo período aumentou sua produção em 2.150%?  O Canadá, neste período, incrementou sua produção em 127%.  E a índia, como conseguiu aumentar sua produção em 71%? E a África do Sul que cresceu 53%?

Com certeza o Brasil possui significativas reservas deste mineral capazes de ampliar sua produção, tendo a mesma tecnologia de exploração que estes países. Os números da balança comercial mostram que o país é competitivo no comércio internacional. E a mineração brasileira vem incorporando cada vez mais os princípios ESG em seus processos. Nosso gargalo estaria na falta de capital para alavancar o aumento da produção? Estaria na falta de infraestrutura de transporte, na rigorosa legislação ambiental, tributária, trabalhista e aduaneira? Ficam aqui estas considerações para reflexão.

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Enio Fonseca

Engenheiro Florestal especialista em gestao socioambiental. CEO da Pack of Wolves Assessoria Socioambiental, Conselheiro do FMASE. Foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam e Superintendente de Gestão Ambiental da Cemig. Membro do IBRADES , ABDEM, ADIMIN, da ALAGRO E SUCESU

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