O ator e músico sueco Björn Andrésen, conhecido mundialmente por seu papel no clássico “Morte em Veneza” (1971), morreu aos 70 anos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (27/10) por Kristina Lindström, codiretora do documentário O Garoto Mais Bonito do Mundo (2021). A causa da morte não foi divulgada.
Andrésen tornou-se um símbolo de beleza juvenil ao interpretar Tadzio, o adolescente que desperta a obsessão do compositor vivido por Dirk Bogarde na adaptação dirigida por Luchino Visconti.
O papel que o tornou uma lenda
Com apenas 15 anos, Andrésen foi escolhido entre centenas de jovens europeus para estrelar Morte em Veneza. Durante o Festival de Veneza de 1971, Visconti descreveu o ator como “o menino mais bonito do mundo”, apelido que o acompanharia por toda a vida.
A fama repentina trouxe reconhecimento e também sofrimento. Décadas depois, Andrésen relatou que se sentia “como um animal exótico trancafiado”, criticando o tratamento recebido durante as filmagens e após o lançamento do filme.
Em entrevistas ao jornal britânico The Guardian, ele chegou a classificar o cineasta como “um predador cultural que sacrificaria qualquer pessoa pelo trabalho”.
Carreira além do cinema
Apesar do impacto emocional causado pela experiência, Björn Andrésen construiu uma trajetória sólida na música e no cinema europeu. Participou de mais de 30 produções e manteve uma carreira paralela como cantor e compositor.
Em 2021, teve sua história revisitada no documentário O Garoto Mais Bonito do Mundo, vencedor do Grande Prêmio do Júri de Melhor Documentário Internacional no Festival de Sundance.
Uma vida de altos e baixos
Nascido em Estocolmo em 26 de janeiro de 1955, Björn perdeu a mãe aos dez anos e foi criado pelos avós. Ao longo da vida, enfrentou depressão e vício em drogas, problemas que associava ao impacto precoce da fama.
Nos últimos anos, voltou aos holofotes com uma participação marcante no filme de terror “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” (2019), de Ari Aster.
Fora das telas, era casado com a poeta Susanna Roman, com quem teve dois filhos.
Legado duradouro
Björn Andrésen tornou-se um ícone cultural. Sua imagem angelical influenciou gerações de artistas e fotógrafos, inspirando debates sobre beleza, vulnerabilidade e exploração na indústria cinematográfica.
Mesmo décadas após sua estreia, Morte em Veneza segue como uma das obras mais emblemáticas do cinema europeu — e Andrésen, seu rosto imortalizado em uma das cenas mais comentadas da sétima arte.
