A situação do Santos não é nada animadora neste início de Campeonato Brasileiro. A equipe paulista amarga a vice-lanterna da competição, não vence há duas partidas e ainda vê a pressão da torcida aumentar. Nesta segunda-feira (28/04), torcedores da principal organizada do clube invadiram o CT Rei Pelé.
O motivo da invasão foi a campanha ruim da equipe neste Brasileirão. Os torcedores organizados entraram no CT do Santos por um portão de um dos campos das categorias de base, que dá acesso ao gramado onde os jogadores do elenco principal estavam treinando. O portão entre os dois gramados estava destrancado.
Em imagens que circulam na internet, é possível ver a cobrança dos torcedores a alguns jogadores. A Polícia Militar foi acionada. Em entrevista após o incidente, o tenente Marcus, da Polícia Militar de São Paulo, explicou a ação dos torcedores uniformizados.
“Os torcedores viram ali uma oportunidade de conveniência. Cerca de 100 torcedores acessaram pelo portão lateral. Tiveram contato direto com os jogadores. Chegamos logo após. Não fizemos intervenção, não houve feridos nem depredação ao patrimônio, mas todos foram qualificados. Acessaram de forma errada, conduziram de forma errada esse contato. Vamos confeccionar o Boletim de Ocorrência. Não sabemos tratar se foi invasão, tendo em vista que o portão estava aberto. Analisaram uma chance de acessar. Não podemos tratar como invasão. Não sabemos quem orquestrou o movimento. Conseguimos identificar algumas lideranças, que serão apontadas no BO. Depois, o caso seguirá para o Ministério Público”, completou o porta-voz da PM de São Paulo.
Marcelo Teixeira, presidente do Santos, não estava presente no momento da invasão. Apenas Pedro Martins, CEO do Santos, estava no CT Rei Pelé e foi cobrado pelos torcedores. Pedro não quis se pronunciar sobre o ocorrido.
A Torcida Jovem do Santos assumiu a autoria da invasão por meio de um áudio divulgado por integrantes da torcida nas redes sociais.
“Diretoria e lideranças foram. A gente, numa ação sem violência, buscou diálogo com jogadores, comissão técnica e dirigentes. Só estava o Pedro Martins, que falou com a gente. Ligamos para o Marcelo Teixeira e solicitamos a presença dele, mas ele não veio. Só o Pedro. Essa foi nossa pauta: falar com todos os setores do clube. De cima para baixo, uma cobrança estrutural. Infelizmente, só pudemos falar com jogadores. Pedimos que os resultados em campo reflitam a vontade deles. Sabemos que o processo é longo, mas não estamos vendo, da parte dos jogadores, vontade e responsabilidade. Cobramos uma postura digna do Santos. O elenco no papel é bom, mas a postura não”, afirmou o porta-voz da torcida organizada.
Clima ruim
Sem Neymar, lesionado, o Santos vive momentos complicados. Após a derrota no último domingo para o Bragantino, por 2 a 1, a situação ficou tensa na Vila Belmiro, com vaias e xingamentos direcionados a jogadores e dirigentes santistas. Marcelo Teixeira foi o principal alvo das críticas, muito por conta da falta de movimentações do dirigente para contratar um novo treinador. A equipe da Baixada Santista está sem comandante desde o último dia 14 de abril, quando Pedro Caixinha foi demitido.