O jornalista paraguaio Enrique Peña Vargas chamou os brasileiros de “macacos” durante um programa esportivo em seu país. Em tom agressivo, Vargas comemorou a goleada sofrida pelo Brasil contra a Argentina na última terça-feira (25/3), afirmando estar “muito feliz” com a derrota e proferindo insultos racistas.
Na sequência, ele chamou Leila Pereira, presidente do Palmeiras, de “cachorra de m****”. O ataque foi motivado pela recente polêmica envolvendo a dirigente, que se revoltou contra a Conmebol após um jogador do Palmeiras ter sido chamado de “macaco” durante uma partida no Paraguai. Leila cobrou punições severas ao Cerro Porteño, adversário do clube paulista na ocasião, e ameaçou abandonar as competições da confederação.
A postura de Enrique Peña Vargas deixou seus colegas de bancada visivelmente constrangidos, mas nenhum deles repudiou as declarações durante o programa.
Enrique Vargas Peña, comentarista do jornal paraguaio ABC Color, chama brasileiros de "macacos" e Leila Pereira de "cachorra de m****".
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) March 27, 2025
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Diante das ofensas, um grupo de jornalistas mulheres do canal ABC Color, emissora responsável pela transmissão, divulgou uma nota condenando a atitude do colega. O comunicado rejeita “qualquer forma de discurso de ódio disfarçado de liberdade de expressão”.
Leia a nota na íntegra:
“Nós, mulheres jornalistas e trabalhadoras do ABC Color, rejeitamos e condenamos energicamente qualquer forma de discurso de ódio, misoginia e racismo disfarçada de liberdade de expressão. A liberdade de expressão não pode e não deve ser usada como desculpa para propagar mensagens de violência verbal, especialmente aquelas de caráter misógino e racista.
Esse tipo de manifestação não nos representa nem reflete os valores daqueles que, dia após dia, exercemos no nosso trabalho com compromisso, ética e respeito.
Reafirmamos nosso compromisso com um jornalismo plural, equitativo e livre de violência, onde mulheres e homens possam se expressar dentro de um ambiente de respeito e dignidade.
As trabalhadoras deste meio seguirão promovendo espaços onde prevaleçam a igualdade e a justiça, sem tolerar nenhuma forma de discriminação.”
Até o momento desta publicação, nem Leila Pereira nem autoridades brasileiras se manifestaram sobre o caso.