A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, nesta terça-feira (21/10), todos os réus do caso do incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em 2019, que resultou na morte de dez adolescentes das categorias de base do Flamengo. A decisão, proferida pela 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital e assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, concluiu que não houve comprovação de culpa penal dos envolvidos.
Entre os acusados estavam o ex-presidente do clube Eduardo Bandeira de Mello, ex-dirigentes do Flamengo e representantes de empresas prestadoras de serviço. Segundo a sentença, não foi possível estabelecer um nexo causal direto entre as condutas dos réus e a origem do incêndio.
Relembre o caso
O fogo começou em um contêiner adaptado para alojamento, onde os jovens dormiam em condições provisórias, sem alvará de funcionamento, conforme apontou a prefeitura do Rio à época. A investigação indicou que um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado pode ter dado início às chamas, que se alastraram rapidamente devido ao material inflamável da estrutura.
Além das dez mortes, três atletas ficaram feridos no incidente, que expôs falhas na infraestrutura e na segurança do centro de treinamento do clube.
As vítimas do incêndio foram os jovens atletas Athila Paixão (14 anos), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15), todos das categorias de base do Flamengo.
Outros 16 adolescentes estavam no alojamento no momento do incêndio e conseguiram escapar. Três deles (Jhonata Ventura, Dyogo Alves e Cauan Emanuel) sofreram ferimentos, mas se recuperaram e continuaram suas trajetórias no futebol.