A cena emblemática de uma torcedora do Racing pendurada no alambrado do estádio El Cilindro na semifinal da Sul-Americana do ano passado pode render ao fotógrafo mineiro Yuri Laurindo o prêmio internacional AIPS Sport Media Awards de melhor fotografia de esportes em 2024.
A foto, intitulada “Sangre, dolor y alento”, mostra Marianela Cagni anestesiada ao assistir a classificação do Racing diante do Corinthians para a final da copa continental. Na imagem, a jovem aparece com as pernas feridas e com os olhos marejados diante do feito do time do coração.
Em conversa com a 98, Laurindo celebrou a indicação ao prêmio e disse que a foto transmite a paixão dele pelo futebol.
“Essa foto foi muito importante para a minha carreira não só profissionalmente, mas pessoalmente também. Ela me trouxe de volta sensações que eu tinha perdido um pouco com o tempo. A foto reflete muito a minha paixão pelo futebol e eu fico muito feliz de ter sido indicado com ela. Eu recebi essa indicação em uma felicidade absurda”, disse ele.
‘Entrei em êxtase’
Na época, Yuri esteve na Argentina e, além da partida entre Racing e Corinthians, também cobriu os duelos entre River Plate e Atlético pela Libertadores, e Lanús e Cruzeiro, pela Sul-Americana.
“Quando eu vi a menina pendurada na grade, minha primeira reação foi de ver aquela cena e continuar olhando para ela, admirar o que estava acontecendo. Eu sabia que eu estava diante de uma coisa que não era normal, não acontecia sempre”, disse Laurindo.
O fotógrafo diz gostar muito de futebol Sul-Americano e da forma com que os torcedores apaixonados vivenciam o futebol. Por isso, para ele aquele momento foi mais do que especial.
“Vi aquilo, entrei em êxtase, perdi um pouco o foco e até demorei para tirar a foto. Fiquei um tempo imóvel (…) Surreal é a palavra, não dá para explicar a sensação. Tudo que eu mais queria era tentar mostrar para as outras pessoas o que eu tinha sentido”, relembra o profissional.
Depois da repercussão, Yuri teve a oportunidade de conversar com Marianela e conhecer um pouco mais da história de amor dela pelo Racing.
“Eu achei muito incrível quando ela falou sobre os desafios de ser uma mulher torcedora e como isso intensifica os diferentes julgamentos. Tinha que vir de uma mulher essa representação. Uma imagem tão icônica tinha que ter uma personagem igualmente icônica”, declarou.