A entrada de agosto marca a chegada da campanha Agosto Dourado, dedicada a iluminar a importância da amamentação e do leite materno para o desenvolvimento infantil e a saúde das mães.
Apesar de fortalecer o vínculo materno-infantil, o ato de amamentar apresenta desafios que frequentemente exigem apoio profissional e de redes de suporte para a mãe e o bebê, especialmente nos primeiros dias.
Em situações onde a amamentação natural não é viável, a doação para bancos de leite é fundamental, especialmente para bebês prematuros, como explicou a pediatra Ana Carolina Bueno, em conversa com a 98 News nesta segunda-feira (4/8).
Suporte à amamentação
A pediatra explica que o Agosto Dourado é uma campanha que pretende destacar que a amamentação não é um processo meramente natural e fácil para todas as mulheres que são mães. Pelo contrário, exige suporte profissional, familiar e social.
“A falta de profissionais capacitados para auxiliar as mães que ainda não sabem amamentar e os bebês que ainda não sabem mamar, especialmente no momento inicial do parto, chamado de a hora de ouro, é um desafio que tem implicações na eficácia da amamentação e na saúde do bebê”, explica.
Ana Carolina Bueno afirma que superar esses desafios relacionados à amamentação requer investimento em treinamento e alocação de profissionais qualificados.
Licença-maternidade
Outro ponto abordado pela pediatra como desafio que o Agosto Dourado pretende iluminar é a insuficiência da licença-maternidade no Brasil, que é de quatro meses para a maioria das mulheres, enquanto a recomendação médica é de amamentação exclusiva por, no mínimo, seis meses.
A disparidade, segundo ela, levanta a questão da necessidade de políticas públicas que apoiem e estendam esse período. Em casos onde a amamentação não é possível, Ana Carolina diz que a opção pela fórmula artificial de nutrição dos bebês tem custos diretos para as famílias.
“O uso de fórmulas prontas para nutrição de bebês prematuros aumenta o risco de doenças graves, o que implica elevados custos de saúde para o sistema e para as famílias”, ela comenta.
A questão implica no fomento de bancos públicos de leite materno, especialmente para prematuros, mas esbarra nos entraves de demanda e processamento que evidenciam a necessidade de investimentos públicos em redes de apoio para expandir essa infraestrutura vital.