O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), afirmou que a política de gratuidade no transporte coletivo aos domingos e feriados, o programa “Catraca Livre”, é uma iniciativa exclusiva da atual gestão e não tem relação com o movimento pela Tarifa Zero que ganhou força na capital nos últimos meses.
Segundo o prefeito, o projeto foi concebido antes mesmo de ele assumir o cargo. “O Catraca Livre é um programa criado por mim em parceria com a Câmara de Vereadores. Eu já pensava nisso desde que entrei na prefeitura. Ano passado, antes mesmo de ser prefeito, eu já falava disso com o prefeito Fuad. Não tem nada a ver com o movimento pelo ônibus gratuito”, afirmou.
Damião reconheceu a legitimidade das mobilizações sociais pelo passe livre, mas defendeu que a conta precisa ser arcada pelo Governo Federal.
“O movimento é legítimo e pode ser melhorado, mas tem que ser bancado pela União. Não venham empurrar para a empresa, porque ela sai da cidade. E não venham empurrar para a prefeitura, porque a prefeitura quebra”, disse, ao afirmar que a capital não teria condições de absorver custos estimados em mais de R$ 1 bilhão.
O prefeito relatou conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a criação de um modelo nacional de financiamento. Segundo ele, o país deveria adotar um sistema semelhante ao do SUS para o transporte coletivo.
“Para mim, o transporte público deveria funcionar nos mesmos moldes do SUS. Eu dei uma entrevista em Brasília representando a Frente Nacional de Prefeitos dizendo que nós tínhamos que ter o ‘SUS do transporte público’, para todo mundo no Brasil inteiro, bancado pelo Governo Federal.”
Damião afirmou que continuará articulando em Brasília para viabilizar o modelo e reforçou que vê a participação federal como a única forma sustentável de garantir avanços estruturais na tarifa zero.
