Fantasmas de BH: do Capeta da Vilarinho à Loira do Bonfim, as lendas que resistem ao tempo

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Belo Horizonte é palco de lendas sombrias como a Loira do Bonfim e o Capeta da Vilarinho, fantasmas que atravessam gerações (Divulgação/PBH)

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De becos assombrados a casarões históricos, as histórias sobrenaturais fazem parte do imaginário de Belo Horizonte. Alguns relatos vêm de antigas regiões operárias, outros se misturam à boemia da Savassi e à fé dos cemitérios centenários. Neste Halloween, a Rede 98 explora os principais casos de assombrações mineiras — personagens que, entre o medo e o folclore, ajudam a contar um pedaço curioso da história da capital.

Loira do Bonfim

Uma das lendas mais populares de Belo Horizonte diz respeito a uma moça loira que assombra taxistas na região Noroeste da cidade. Diz o “causo” que a Loira do Bonfim, uma jovem muito bonita e loira, apareceu à noite para um taxista, pedindo carona até a sua casa.

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Ao chegar ao destino, porém, a mulher desapareceu misteriosamente, deixando o motorista, sem perceber, em frente ao Cemitério do Bonfim. A história, que faz parte do imaginário belo-horizontino, ganhou uma releitura no livro “Noiva Entre Túmulo”, da escritora mineira Paloma Bernardino.

Capeta da Vilarinho

Era um sábado de 1988 quando um homem estranho apareceu nas famosas quadras da avenida Vilarinho, palco dos tradicionais bailes de funk e charme, para participar de uma competição de dança. Diz a lenda que o homem era esguio, alto, usava chapéu e tinha pés pequenos.

Frequentadores antigos do Vilarinho logo estranharam a presença do homem, que chamou uma das meninas mais bonitas da quadra para ser seu par no concurso.

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Durante a competição, o talento do homem chamou atenção, mas no final o belo-horizontino Ricardo Malta e sua parceira venceram a disputa. O resultado não foi bem recebido pelo estranho, que começou a discutir com a companheira de dança, culpando-a pela derrota.

Durante a música lenta, a parceira tentou acalmá-lo, mas ao tocar seu rosto percebeu que ele tinha dois chifres na cabeça e que seus pés se transformaram em patas de bode. O homem fugiu em direção ao banheiro, deixando para trás um forte cheiro de enxofre, assustando todos os dançarinos.

Avantesma da Lagoinha

O Avantesma da Lagoinha é uma lenda pouco conhecida nos dias atuais, mas que assustou muita gente que passava pelo complexo da Lagoinha, em Belo Horizonte. Trata-se de uma criatura disforme que aparecia na região, quando as linhas de bonde ainda cortavam Belo Horizonte.

Ele surgia chorando compulsivamente e se sentava sobre os trilhos, fazendo os bondinhos descarrilharem. Com isso, motoristas começaram a dirigir com muito cuidado à noite naquela área.

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Moça-fantasma da Savassi

A Moça-fantasma da Savassi, que já foi parar até nas poesias de Carlos Drummond de Andrade, é uma mulher jovem que morreu sem viver um grande amor. Ela então passou a descer a Serra do Curral até a Savassi em busca dos “amores perdidos”.

Quando alguém anda de madrugada na Savassi e sente um perfume de dama da noite ou de magnólia, pode saber que a moça-fantasma esteve por lá.

“Não sei como libertar-me/Se o fantasma não sofresse/se eles ainda me gostassem/e o espiritismo consentisse/ mas eu sei que é proibido vós sois carne, eu sou vapor”, diz a poesia de Drummond.

Maria Papuda

Outra assombração que está intimamente ligada com a história de Belo Horizonte é a de Maria Papuda, que teria o costume de aparecer no Palácio da Liberdade para cobrar justiça dos ex-governadores mineiros.

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O palácio foi construído sobre uma antiga casa no Curral del Rei, onde vivia Maria Papuda com seus filhos. A construção precisou ser demolida para dar lugar à casa dos governadores.

A lenda, que diz que aquele que vê o fantasma de Maria Papuda no palácio morre, ganhou força depois que . dois governadores de Minas faleceram dentro do Palácio da Liberdade: Silviano Brandão, em 1902, e João Pinheiro, em 1908.

A história foi tão marcante que Tancredo Neves se recusava a dormir no local, e Juscelino Kubitschek teria construído o Palácio das Mangabeiras para evitar dormir no antigo palácio.

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Larissa Reis

Graduada em jornalismo pela UFMG e repórter da Rede 98 desde 2024. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2022 (2º lugar) e em 2024 (1º lugar).

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