Autor do Projeto de Lei que colocou fim às carroças de tração animal em Belo Horizonte, o vereador Osvaldo Lopes (Republicanos) defende que o assunto seja amplamente debatido com a população. Em entrevista concedida nesta terça-feira (24/6), na 98 News, o parlamentar falou sobre a implementação da Lei 11.285/21 na capital e disse que ainda há muitas dúvidas sobre como ela será colocada na prática sem impactar os carroceiros.
Nessa segunda-feira (23/6), vereadores, ativistas da causa animal e representantes da Prefeitura de Belo Horizonte se reuniram em audiência pública para esclarecer quais as ações serão feitas para viabilizar a nova lei. Para Osvaldo, porém, ainda há muito a ser debatido.
“Nós saímos [da audiência pública] realmente frustrados, porque o tempo foi curto. Então, nós não tivemos as respostas necessárias para ter o entendimento de como será feito o processo de transição”, disse ele.
Durante a conversa, Osvaldo disse que vai se reunir com Guilherme Daltro, secretário de governo do prefeito Álvaro Damião, para entender os reais impactos da implementação da lei na vida dos carroceiros, o que, neste momento, é uma das suas grandes preocupações.
“Como vereador da causa animal, já estive na CMBH em 2017 e 2018, e foi o período no qual eu consegui colocar em pauta o Projeto de Lei que virou lei sancionada pelo ex-prefeito Alexandre Kalil. Na época eu recebi ameaças de morte de carroceiros, tive que mudar de residência e hoje eu tenho um certo receio de de transitar, encontrar carroceiros porque eles me conhecem. Eu sou autor de uma lei polêmica no município que vai dar fim à exploração animal”, observou o parlamentar.
O parlamentar protocolou um pedido de uma nova audiência pública na Câmara Municipal para que todas as dúvidas a respeito do fim das carroças de tração animal em Belo Horizonte sejam sanadas.
“Se a gente tiver que fazer uma discussão que vá virar ali às 19h, 20h da noite, nós vamos fazer. Vamos estender o prazo e vamos sair de lá cientes de que a prefeitura realmente está trabalhando para que os carroceiros e as famílias dos carroceiros sejam abrigadas e abraçadas pelo Executivo e que a gente saiba que os equídeos em Belo Horizonte nunca mais vão tracionar carroças a partir do dia 22 de janeiro”, continuou ele.