Renda média de motorista por app é de R$ 13,9 por hora, diz IBGE; motociclista alcança R$ 10,8

Siga no

Os dados são do módulo Trabalho por meio de plataformas digitais - 2024, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Compartilhar matéria

Motoristas e taxistas que trabalham no transporte de passageiros por aplicativo tinham jornada semanal 12,2% mais longa do que os colegas de profissão que não usavam essas plataformas digitais em seu ofício no ano de 2024. Já os motociclistas por aplicativo cumpriam jornada 9,4% maior do que os que não precisavam dessa ferramenta digital para exercer seu trabalho. A remuneração obtida por hora trabalhada por motociclistas por aplicativo era de R$ 10,8, enquanto a dos motoristas alcançava R$ 13,9.

Os dados são do módulo Trabalho por meio de plataformas digitais – 2024, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta sexta-feira (17/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O IBGE contabilizou 1,638 milhão de pessoas que tinham como trabalho principal a função de condutores de automóveis em 2024: 43,8% deles, ou 824 mil pessoas, trabalhavam por meio de aplicativos, enquanto 56,2%, 1,059 milhão, não utilizavam esses aplicativos.

Quanto aos motociclistas, havia 1,050 milhão nessa função como trabalho principal: 33,5% deles, 351 mil, realizavam o trabalho por meio de aplicativos de entrega, enquanto 66,5%, 698 mil, não o faziam.

Entre os condutores de automóveis por aplicativo, apenas 25,7% recolhiam contribuição para institutos de previdência, contra uma fatia de 56,2% entre os que não trabalhavam via aplicativos. No caso dos motociclistas, 21,6% dos que trabalhavam por aplicativo contribuíam para institutos de previdência, ante uma proporção de 36,3% entre os que não usavam aplicativo no trabalho.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Aplicativos controlam trabalho prestado

O IBGE considera como trabalho plataformizado aquele caracterizado pelo controle ou organização, por parte da plataforma digital ou aplicativo de celular, de “aspectos essenciais das atividades, como o acesso aos clientes, a avaliação das atividades realizadas, as ferramentas necessárias para a condução do trabalho, a facilitação de pagamentos e a distribuição e priorização dos trabalhos a serem realizados”, conforme relatório produzido conjuntamente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e União Europeia.

“Para todos os aspectos pesquisados, os trabalhadores de aplicativos de transporte de passageiros (exclusive aplicativos de táxi) e os entregadores em aplicativos de entrega revelaram os maiores graus de dependência em relação à plataforma”, observou o IBGE.

Quanto ao valor a ser recebido por cada tarefa ou trabalho entregue, 91,2% das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativo de transporte particular de passageiros (exclusive táxi) afirmaram que a remuneração era determinada pelo aplicativo. Essa proporção foi de 81,3% entre os trabalhadores de aplicativos de entrega e de 79,4% para os trabalhadores via aplicativos de táxi.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Os motoristas, taxistas e entregadores plataformizados também mostraram ampla dependência do aplicativo na determinação dos clientes a serem atendidos (reportada por 76,7% dos plataformizados no transporte particular de passageiros), na forma de recebimento do pagamento (alcançando 76,8% dos entregadores plataformizados) e no prazo para realização da tarefa ou atividade (atingindo 70,4% dos entregadores plataformizados).

“Os dados da Pnad Contínua revelam autonomia e controle limitados em relação a alguns aspectos relativos ao exercício do próprio trabalho, sobretudo no caso dos trabalhadores plataformizados dos setores de transporte particular de passageiros e entregadores”, resumiu o IBGE.

A pesquisa investigou também a influência dos aplicativos sobre a jornada de trabalho dos trabalhadores plataformizados, abrangendo diferentes estratégias potencialmente empregadas pelas plataformas, como incentivos, bônus ou promoções que mudam os preços; ameaças de punições ou bloqueios realizados pela plataforma; e sugestão de turnos e dias pela plataforma.

“A maior flexibilidade na escolha de quando e onde trabalhar pode ser apontada como uma vantagem do trabalho plataformizado. No entanto, observa-se que os trabalhadores de aplicativo tinham, em média, jornadas semanais mais extensas em comparação aos não plataformizados”, lembrou o IBGE.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Em 2024, 55,8% dos motoristas de aplicativos (exclusive aplicativo de táxi) e 50,1% dos entregadores tinham a jornada influenciada por meio de incentivos, bônus ou promoções que mudam os preços; mais de 30% dessas categorias de trabalhadores também relataram ameaças de punições e bloqueios realizados pelas plataformas como influência na jornada.

Ainda assim, entre os motoristas de aplicativos (exclusive aplicativos de táxi), 78,5% relataram que a possibilidade de escolha de dias e horários de forma independente influencia a sua jornada de trabalho.

Compartilhar matéria

Siga no

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Brasil

Veja regras para ser instrutor de CNH sem vínculo com autoescola

Saiba identificar quem compra bebidas diretamente com o fabricante

Professores já podem solicitar a Carteira Nacional Docente

Exclusivo: ministro aposentado do STF afirma que ‘Supremo não é competente para julgar ex-integrante do executivo’

Terras-raras são destaque no Imersão Indústria: grupo de elementos já faz parte do nosso dia a dia

Vacina da UFMG contra covid deve chegar ao SUS no 1º semestre de 2026

Últimas notícias

Cruzeiro tem a 2ª maior média de público do Brasileirão; Galo é 8º

Depois do feminicídio, a luta na Justiça: pais de professora assinada querem impedir que o autor herde os bens da mãe

STF define novas regras para tributação e multas no setor de biodiesel

Político não brota da terra

Polícia fecha produção clandestina de whisky e gin na Grande BH após denúncia anônima

Barroso exerce último dia como ministro do STF

Todos sabem minha posição sobre mulheres no STF, diz Cármen Lúcia

Paulinho troca campos pelas passarelas e desfila na São Paulo Fashion Week

Lula admite derrota da esquerda nas redes e diz estar pronto para mais cinco eleições