Caminho do Sabarabuçu: 160 quilômetros e três séculos de história

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Instituto Estrada Real / Divulgação

Há trezentos anos, viajantes avistaram um brilho no topo da Serra da Piedade e imaginaram ser ouro. Para chegar lá, criaram uma via alternativa, que originou o Caminho Sabarabuçu. Mas tiveram uma surpresa: o que refletia a luz solar era, na verdade, minério de ferro.

Considerado um dos principais centros comerciais e produtivos da Capitania de Minas Gerais, o Caminho de Sabarabuçu, é cortado por cursos d’água do Rio das Velhas. São 160 quilômetros de extensão, entre os distritos de Cocais, em Barão de Cocais, a Glaura, distrito de Ouro Preto, e corta quatro cidades no eixo principal e três cidades na área de abrangência, recheado de experiências, que vão do turismo natural ao histórico, passando festas culturais e manifestações religiosas.

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O trecho inicia no vilarejo de Cocais, distrito de Barão de Cocais. Cocais é o entroncamento do Caminho dos Diamantes com o do Sabarabuçu. Além das cachoeiras e pinturas rupestres, conserva casarões e igrejas da época da exploração aurífera. Uma delas, o Santuário de Santana, foi construída totalmente com pedras e data de 1769.

Seguindo em direção a Caeté, o local era assim chamado pelos índios, por causa de suas características naturais. Em tupi, a palavra que hoje dá nome a cidade significa “mata virgem” ou “mata densa”. A história da criação de Caeté remete ao ano de 1704. Quatro anos mais tarde, a região foi palco da Guerra dos Emboabas. Após os conflitos, a população de Caeté promoveu as primeiras eleições livres do continente americano.

Os atrativos da cidade são as suas construções do século XVIII e XIX, como os casarios, chafarizes e as Igrejas, como a de Nossa Senhora do Bom Sucesso de autoria de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, datada de 1764. Mas, podemos destacar como principal atrativo a Serra da Piedade ou Serra do Sabarabuçu, como era conhecida pelos antigos bandeirantes, lugar que confere o nome a este Caminho da Estrada Real.

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A serra oferece uma das mais lindas vistas de Minas Gerais, são 360 graus de panorama da deslumbrante paisagem, de onde se avista também nove cidades: Belo Horizonte, Caeté, Contagem, Lagoa Santa, Nova União, Raposos, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano. Um dos picos mais elevados da cordilheira do Espinhaço, com altitude de 1.762 metros, está localizado o Santuário de Nossa Senhora da Piedade. O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan em 1956. Padroeira de Minas Gerais, a imagem de Nossa Senhora da Piedade, do século XVIII, de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) está abrigada na Ermida, reconhecida em 2017 pelo Vaticano como a menor Basílica do mundo.

Chegando a Sabará, um dos primeiros povoados de Minas Gerais, a cidade tem como principais atrativos as suas construções históricas, como o museu do ouro, o Teatro Municipal, também chamado de “Casa de Ópera”, segundo teatro mais antigo do Brasil ainda em funcionamento, onde os artistas não precisam nem de amplificadores de som, graças à acústica apurada pela madeira, e as suas inúmeras igrejas, como a Igreja Nossa Senhora do Ó.

Mas não podemos esquecer as experiências gastronômicas que Sabará oferece, para quem gosta de se aventurar por novos sabores. A jabuticaba define a identidade gastronômica da cidade, e além dos festivais da Jabuticaba e Ora-Pro-Nóbis, diversos restaurantes utilizam destes ingredientes frescos e locais para apresentar aos turistas um conceito de mesa coletiva e cozinha ao vivo, fruto das tradições locais.

Já em Rio Acima, cidade que possui 100% do seu território situado na APA Sul – Área de Proteção Ambiental que comporta 14 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, as maiores atrações turísticas da cidade são as belas cachoeiras espalhadas ao longo de sua vasta e rica vegetação, e é possível encontrar mais de 60 cachoeiras, algumas muito belas e cercadas por matas. Rio Acima também respira história. Com um conjunto arquitetônico setecentista, possui igrejas, ruínas, estação ferroviária, capelas e casarões, na maioria das vezes, construídos por escravos.

O Caminho do Sabarabuçu possui atrativos além do seu eixo principal e o Inhotim é um dos exemplos. Ocupando uma área de 140 ha de visitação e com uma extensa coleção de espécies tropicais raras e um acervo artístico de relevância internacional. No acervo do Inhotim tem mais de 700 obras de 60 artistas de 40 nacionalidades diferentes. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo Jardim Botânico.

A área total do Jardim Botânico Inhotim, em constante crescimento, está distribuída em seus dois principais acervos: Reserva Natural, com 300 hectares de mata nativa conservada, e área de visitação, com 100 hectares de jardins de coleções botânicas e cinco lagos ornamentais que somam 3,5 hectares de área.

O tempo de viagem pelo Caminho do Sabarabuçu de acordo com as modalidades é:

Bicicleta – 4 dias

A pé – 11 dias

Carro e Moto – 2 dias

Cavalo – 6 dias

Essa previsão foi calculada para que o turista possa aproveitar todos os atrativos que o Caminho do Sabarabuçu possui e planejar melhor a viagem. Viajar pela Estrada Real é vivenciar parte da história do Brasil. Acesse nosso site e programe sua próxima viagem e experimente toda a história do Caminho do Sabarabuçu. No nosso próximo encontro vamos falar dos projetos que o Instituto está trabalhando para desenvolver ainda mais os potenciais de cada região. Venha com a gente! Estrada Real: Uma estrada, seu destino!

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