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A instabilidade global tem gerado novas possibilidades de negociação (Lucas Nolasco/Fiemg)

A instabilidade global tem gerado novas possibilidades de negociação (Lucas Nolasco/Fiemg)

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O setor de carnes em Minas Gerais começou 2025 com crescimento expressivo nas exportações e uma demanda interna em estabilidade. Os dados positivos foram puxados, principalmente, pelos embarques de carne suína e bovina. Para entender o cenário, o presidente do Sinduscarne, Pedro Braga, conversou com a 98 News nesta quinta-feira (12/6).

“As exportações são favorecidas pelo câmbio”, explicou Braga, ao comentar o momento favorável para o setor. Ele destacou o aumento das compras feitas pelas Filipinas, que ultrapassaram a China na importação de carne suína brasileira após surtos de peste africana.

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Na carne bovina, o protagonismo se mantém. “A China puxa o maior valor, mas outros países como Estados Unidos e União Europeia também estão comprando bastante”, disse. Apesar disso, os preços internos se estabilizaram no início do ano. “O bovino voltou a recuperar, estava numa perspectiva de queda, o suíno está estabilizado.”

Mercado externo e incertezas fiscais

A instabilidade global tem gerado novas possibilidades de negociação, como conta o presidente do Sinduscarne. “A perspectiva é talvez um aumento para os Estados Unidos. Hoje a gente não é tão forte lá, mas com esse conflito com a China, talvez abra mais espaço para a gente entrar.”

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Internamente, no entanto, o setor vê com preocupação propostas de mudanças tributárias, como a taxação sobre LCA e LCI. “A gente tem certeza que isso vai impactar. É uma tributação que a gente exporta, sai do Brasil”, afirmou. Braga também reforçou o peso da carga tributária ao longo da cadeia produtiva: “Apesar de não pagar impostos na saída do produto, a gente tem todos os impostos desde a taxa de juros, do financiamento, folha de pagamentos. Isso acaba chegando no produto final.”

Segundo ele, o setor enfrenta um custo elevado com mão de obra. “A gente paga um salário para o funcionário e paga outro para o governo. É um imposto que arrasta por toda a cadeia… pago no campo, no abate, na indústria, no supermercado. E a gente não consegue se creditar, não consegue reduzir esse imposto em nenhuma parte.”

Oferta e abate: os sinais da cadeia produtiva

Questionado sobre o aumento do abate de fêmeas bovinas no país, Braga confirmou o mesmo movimento em Minas. “Tem tanto uma parte que o novilho reduziu o preço… fica menos interessante a produção de novilhos, consequentemente abate um pouco de fêmeas.” Além disso, há influência da demanda internacional: “O mercado externo gosta desse corte da novilha… uma vaca mais jovem.”

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Ainda assim, ele avalia que o plantel se mantém robusto: “A gente já vem desde 2023 abatendo mais novilha, mais bezerras, e continuamos com um plantel muito bom e a produção muito boa.”

Gripe aviária e estabilidade no setor de frangos

Embora não represente oficialmente o setor de frangos, Braga acompanha de perto os desdobramentos da gripe aviária. “Todas as ações já estão sendo tomadas. Ontem eu já tive notícia de alguns países fazendo liberação da volta nas importações. Nas próximas semanas a gente já deve ter tudo resolvido.”

Minas em destaque no cenário nacional

Sobre o papel do estado, o presidente do Sinduscarne avalia que Minas Gerais tem ganhado espaço no setor de carnes. “Minas Gerais vem se destacando… foi um dos que mais contribuiu nesse aumento da venda de cabeças de gado.” Ele reconhece que o estado ainda está atrás dos líderes do Sul, mas acredita na tendência de crescimento: “É uma questão de longo prazo… estamos indo para as cabeças também.”

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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