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Marcelo Tomasi, líder de finanças corporativas da Crowe Macro Brasil (Crowe Macro Brazil/Divulgação)

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O ambiente econômico interno e as incertezas no cenário global têm colocado um freio no mercado de fusões e aquisições no Brasil. O movimento, que costuma ser um termômetro do apetite das empresas por expansão, inovação e consolidação de mercado, perdeu força nos últimos anos e deve seguir em ritmo lento. A avaliação é de Marcelo Tommasi, líder de finanças corporativas da Crowe Macro Brasil, que conversou com a 98 News nesta segunda-feira (23/6).

Fusão como estratégia de crescimento

De acordo com Tommasi, as fusões e aquisições são uma ferramenta recorrente de crescimento empresarial, mas o impacto vai além dos negócios e atinge o mercado financeiro e a economia como um todo.

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“As fusões e aquisições são, na verdade, uma ferramenta empresarial que muitas vezes é utilizada como uma estratégia para crescimento das empresas”, explica. Segundo ele, além de consolidar mercado, essas operações permitem “ganho de escala” e sinergias que tornam as companhias mais eficientes e competitivas.

Nos últimos anos, a busca por inovação tem sido um dos principais motores dessas movimentações. “Hoje em dia é bastante utilizado como uma forma de adquirir inovação. Muitas empresas industriais fazem aquisições de empresas de tecnologia”, exemplifica.

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Setores mais ativos

Apesar da retração no volume total de transações, alguns setores seguem mais movimentados, segundo o especialista. O principal deles é o de tecnologia da informação.

“Eu diria que o primeiro segmento no Brasil, em termos de volume de transações e talvez até em termos de valor, é a área de tecnologia da informação”, afirma Tommasi. Ele destaca que o movimento ocorre há mais de uma década e envolve não apenas startups, mas também empresas tradicionais em busca de inovação.

Outro setor com grande volume de operações é o de serviços financeiros, com destaque para o ecossistema de fintechs e gestores de recursos. “A área de saúde também é bastante intensa, principalmente nos serviços de saúde, área hospitalar e de atendimento ao paciente”, completa.

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Serviços ao consumidor, especialmente com uso de tecnologia, também aparecem no radar de fusões e aquisições.

Velocidade menor nas negociações

Mesmo com o protagonismo desses segmentos, o ritmo das operações diminuiu, puxado pela cautela dos compradores. Tommasi explica que o cenário macroeconômico, especialmente a alta dos juros e as incertezas políticas, exigem mais prudência.

“Os processos de fusões e aquisições têm se alongado um pouco, porque as companhias têm tido uma tomada de decisão mais cautelosa”, diz. No caso das startups, ele observa que ainda há investimento de fundos de private equity e venture capital, mas o fôlego é menor do que no passado.

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Agronegócio não escapa da cautela

O agronegócio, um dos setores mais pujantes do país, também sente o efeito desse ambiente menos favorável. “É um dos segmentos que cresce rapidamente, se desenvolve, ganha produtividade, mas eu diria que todos os segmentos, em geral, estão sofrendo o mesmo efeito”, aponta o especialista.

Para ele, o alto custo do capital, decorrente das taxas de juros elevadas, torna aquisições menos atrativas ou mais arriscadas. “Quando você tem uma taxa de juros muito alta, isso traz a necessidade de um movimento mais cauteloso, porque a captação acaba sendo bastante mais custosa”, explica.

Perspectiva de retomada depende do ambiente econômico

Na avaliação de Tommasi, a retomada de um ciclo robusto de fusões e aquisições no Brasil só ocorrerá com mudanças no cenário macroeconômico, tanto interno quanto externo.

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“Depende do comportamento da economia, dos fundamentos macroeconômicos, da política econômica”, resume. Ele pondera ainda que o ambiente global, com guerras, protecionismo e incertezas comerciais, também não contribui para um cenário mais favorável.

“Se manter as condições externas e internas como estão, eu não vejo uma mudança relevante de trajetória nas fusões e aquisições”, afirma.

Para dimensionar o impacto, Tommasi lembra que em 2022 o Brasil registrava cerca de 2 mil transações divulgadas por ano. “Hoje, estamos mais próximos da metade disso, em torno de 1.000 a 1.100 transações”, detalha.

Enquanto o ambiente de negócios não melhora, as empresas seguem cautelosas e o mercado de fusões e aquisições no Brasil continua em compasso de espera.

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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