Menores salários e baixa produtividade podem ser efeitos do fim da escala 6×1, segundo Fiemg

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PEC que trata da redução da jornada de trabalho brasileira tramita no Congresso Nacional. (Créditos: Agência Brasil)

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O fim da jornada de trabalho com a escala 6×1 no Brasil pode estagnar a produtividade brasileira e, como consequência, diminuir os salários dos trabalhadores, em vez de gerar empregos de qualidade. Esses dados são do estudo feito pela Federação das Indústrias do Estados de Minas Gerais (Fiemg), apresentado nessa quarta-feira (16/4).

O levantamento foi apresentado durante evento que debateu as propostas da PEC que trata da redução da jornada de trabalho brasileira, e que tramitam no Congresso Nacional.

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Segundo a entidade, caso a jornada 6×1 chegue ao fim no Brasil, o país ficaria aquém no cenário internacional quando o assunto é produtividade. De 1994 a 2024, a taxa de crescimento da produtividade no mundo foi de 2,1%, enquanto no Brasil a taxa ficou estagnada em 0,9%.

Nesse cenário, até 18 milhões de empregos seriam perdidos, com uma redução de até R$ 480 bilhões na massa salarial. A análise parte do princípio de que a diminuição das horas de trabalho impacta diretamente a produção e, consequentemente, o número de postos de trabalho disponíveis.

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Num outro cenário, em caso de um aumento modesto de 1% na produtividade, a perda de emprego poderia chegar a 16 milhões, com impacto negativo de R$ 428 bilhões na renda dos trabalhadores.

Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, no caso da indústria, o Brasil perderia uma parcela grande da produção nacional para os importados. “Quando o concorrente importado estiver mais barato, ele vai ocupar o lugar da indústria nacional. Por isso, podemos perder uma parcela enorme do mercado para produtos vindos de outros países, impactando negativamente a renda e os empregos”, afirmou.

Menor produção

Comparando o mercado brasileiro com outros países, o fim da escala 6×1 elevaria o custo do trabalho por hora e teria como consequência o aumento de preços, a redução de vagas e o risco de pequenas empresas absorverem custos mais altos para produção.

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O estudo apontou que países da América do Norte e da Europa têm carga horária menor que a brasileira, no entanto, as taxas de produtividade são maiores. O brasileiro produz 23% do total de produção de um trabalhador americano. O que significa que um trabalhados dos EUA produz quatro vezes mais que um brasileiro, trabalhando menos.

Flávio Roscoe explica como esse cenário pode impactar a economia do país. “O caminho para o desenvolvimento do país passa necessariamente pelo aumento da produtividade com investimentos em educação, qualificação profissional, inovação e melhoria do ambiente de negócios, e não pela simples redução da jornada de trabalho”, ressaltou.

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Marcelle Fernandes

Jornalista com foco em produção multimídia e passagem pela comunicação de empresas públicas, privadas e agências de comunicação. Atuou também com produção para jornais, revistas, sites, blogs e com marketing digital e gestão de conteúdo.

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