O método de empilhamento a seco de rejeitos da mineração tem ganhado destaque em Minas Gerais, estado com maior número de mineradoras do Brasil. A nova técnica chama atenção pelas operações mais seguras, modernas e sustentáveis nos processos da extração de minérios. Diferente dos modelos convencionais, o empilhamento a seco tem sido uma alternativa bem mais segura às tradicionais barragens que, desde 2019, são proibidas pela a Agência Nacional de Mineração, responsável por regular o setor no país.
O modelo consiste em uma pilha artificial de rejeito seco e compactado, que é monitorada de forma ininterrupta pela empresa. Em Minas Gerais, o método é utilizado pela mineradora Jaguar Mining, em Turmalina, município do Vale do Jequitinhonha que encontrou nesta técnica uma alternativa com menor potencial de deslizamentos e danos sociais em casos de acidentes.
O especialista em mineração e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Bruno Milanez aprova o modelo, e explica que ele precisa de uma série de cuidados para operar corretamente.
“Existe todo um cálculo para se definir a inclinação da pilha de rejeitos, como a altura máxima, e é necessário atualizar os modelos matemáticos de forma que eles considerem o cenário de chuva mais intensa para garantir que ela comporte altos índices de pluviosidade”, acrescenta.
Influência do clima
Segundo a consultora em mineração e pós-doutora em geotecnia, Rosyelle Corteletti, equipamentos precisos na prevenção de acidentes são fundamentais na utilização do empilhamento de rejeitos a seco.
“Os equipamentos mais modernos utilizando robótica, radar ou até monitoramentos via satélite têm uma precisão de centímetros e, se bem implantados e bem operados no empilhamento de rejeitos a seco, são as melhores garantias para não sermos pegos de surpresa por eventuais rompimentos ou deslizamentos”, explica.
Para Corteletti, o maior ponto de atenção da metodologia envolve chuvas extremas em algumas regiões do Brasil, que podem influenciar a pilha de rejeitos.