É de Minas Gerais! Conheça e se encante com o mais novo Patrimônio da Humanidade

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Tesouro mineiro foi recém-elevado a Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Reprodução/Youtube/Parques Nacionais)

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Os encantos naturais de Minas são muitos. Aliás, são eles quem dão sentido ao ditado: quem te conhece não esquece jamais, ó, Minas Gerais! Bem verdade, essas maravilhas seguem brilhando aos olhos de visitantes de outras partes do mundo — no último domingo (13/7), por exemplo, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, no Norte do estado, entrou para seleta lista de Patrimônios Mundiais Naturais da Humanidade — ainda que para nós, mineiros, o título não seja nada inesperado. Abaixo, conheça mais sobre o patrimônio recém-elevado pela Unesco que é também um convite à experiência de se encantar com mais um tesouro brasileiro.

A 670 quilômetros de Belo Horizonte, no encontro das cidades de Itacarambi, Januária e São João das Missões, está o Parque do Peruaçu, ponto de encontro entre o turismo e a história da humanidade. Com cerca de 56 mil hectares, a unidade de conservação (UC) é considerada um dos mais importantes sítios arqueológicos do país. Por lá, existem mais de 250 cavernas — algumas com até 100 metros de altura —, cânions de até 200 metros de profundidade, comunidades indígenas e até pinturas rupestres de quase 12 mil anos.

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Até a origem do nome atribuído ao vale é motivo de encanto. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração da UC, criada em 1999, conta-se que os indígenas historicamente localizados ali (Xacriabás, desde meados do século XVI) já chamavam a região de Peruaçu, justamente pela formação cavernosa. Peru seria equivalente a “buraco (vala, fenda)”, e Açu, a “grande”.

Principais atrativos

Trilha do Arco do André

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A trilha do Arco do André é um dos grandes sucessos do Parque Nacional do Peruaçu. São aproximadamente oito quilômetros de extensão que exigem caminhada de cerca de 7h. Com mirantes naturais únicos e cavernas monumentais, o passeio tem propósito mais aventureiro, onde os visitantes podem ter contato direto com o rio Peruaçu, com o carste (tipo de revelo) e com as matas primárias no interior da UC.

(Fernando Tatayba/ICMBio)

Gruta do Janelão

A Gruta do Janelão é o cartão postal do Cavernas do Peruaçu. Já em sua entra há um ateliê a céu aberto, com coloridas pinturas rupestres que indicam ter até 9 mil anos. Em sua galeria principal a altura e largura chegam a 100 metros — espaço suficiente para guardar um avião! O próprio rio Peruaçu corta a trilha no interior da gruta.

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Ao todo, o percurso na Gruta do Janelão possui 4.800 metros e leva cerca de 5h30 para ser concluído.

(Mauricio Oliveira/ICMBio)

Perna da Bailarina

É justamente na Gruta do Janelão que está a dona do título de maior estalactite do mundo, a Perna da Bailarina, com 28 metros — para se ter uma idéia, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, tem 38 metros. Formada há 140 mil anos, a estalactite leva esse nome por conta da configuração única, que lembra a perna de uma bailarina em movimento.

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(Mauricio Oliveira/ICMBio)

Lapa do Rezar

A Lapa do Rezar ganhou esse nome porque as pessoas faziam romaria até o local para rezar. Na entrada está a majestosa claraboia. A gruta reúne desde a grandiosidade do cânion do rio Peruaçu à riqueza da arte rupestre. Destacam-se as dimensões do seu espaço de entrada, o Salão dos Gigantes, que alcança 90 metros de largura e 40 metros de altura, além da variedade de espeleotemas. É o atrativo que mais exige esforço físico: todo o percurso é pela sombra da mata, mas há uma escadaria de 500 degraus na parte final.

(Andre Dib/Divulgação)

Lapa dos Desenhos

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Os recursos naturais do Vale do Peruaçu possibilitaram a produção de diferentes pigmentos e a realização de pinturas em alturas consideráveis. A Lapa dos Desenhos não é uma caverna, mas um grande paredão onde se concentra o maior número de pinturas rupestres do Peruaçu, com mais de 3 mil desenhos com diferentes estilos, cores e técnicas. A trilha de 2.6 quilômetros que vai até lá, margeia o rio Peruaçu ao longo de uma exuberante mata de galeria, que vai dando espaço à mata seca.

(Divulgação/ICMBio)

Quando ir?

O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu pode ser visitado o ano todo. Possui duas estações bem definidas, com algumas nuances entre elas:

De novembro a abril: época das chuvas, o verde predomina na paisagem.

De maio a outubro: época da seca, a floresta perde completamente suas folhas e a paisagem fica bastante acinzentada.

O clima é bastante quente durante todo o ano, ultrapassando os 40 °C com facilidade, sendo que a umidade é bastante baixa no período da seca, com a ocorrência de incêndios florestais na região.

A UC fica aberta de de terça-feira a domingo, das 8h às 18 horas. Entretanto, a entrada nos atrativos é permitida somente até às 14h, exceto no Arco do André, que tem entrada permitida até às 12h. 

Época de chuva | Época de seca (Divulgação/Governo de Minas)

Como chegar até lá?

A sede do Parque fica na comunidade do Fabião I, às margens da BR 135, km 155. Partindo de Januária, são 45 quilômetros. O acesso até a entrada do Parque pode ser feito de ônibus ou carro, sendo que para acessar os roteiros do Parque é necessário veículo motorizado próprio ou alugado.

  • De avião: O aeroporto mais próximo é o de Montes Claros, que fica a 200 quilômetros da entrada do Parque. Há vôos regulares partindo do aeroporto de Confins para Montes Claros. A partir de lá, é possível ir de ônibus de linha até Januária ou Itacarambi.
  • De ônibus: É possível chegar a Januária ou Itacarambi, vindo de Brasília, Belo Horizonte ou Montes Claros.
  • De carro: A sede do Parque fica na comunidade do Fabião I, às margens da BR 135, km 155. Partindo de Januária, são 45 km.

Como agendar uma visita?

Os passeios no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu são coordenados pelo ICMBio. Todas as visitas devem ser agendadas pelo site do Instituto, que limita a quantidade diária de pessoas nas trilhas e nos atrativos.

As visitas ao Parque só podem ser feitas com acompanhamento de um condutor/guia, que cobra, em média, R$ 500 por grupos de até cinco pessoas. No entanto, há possibilidade de fechar pacotes relativamentes mais baratos para mais dias de visitação.

Veja o guia completo do passeio no blog de turismo do Governo de Minas, aqui.

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Thiago Cândido

Jornalista pela UFMG. Repórter na 98 desde 2025. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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