A procura pela habilitação de moto disparou em Minas Gerais. Cada vez mais jovens estão escolhendo a categoria A antes mesmo da B, que é a de carro. O aumento é impulsionado pela expansão do trabalho com delivery, agilidade no transporte e economia de tempo nos deslocamentos.
Hoje, 13.269.483 veículos estão registrados em Minas, sendo 3.196.841 de motocicletas, a maior parte na Grande BH. No país, a produção também bate recorde: só em agosto foram 186 mil motos fabricadas no polo de Manaus, o maior volume para o mês desde 2011, segundo a Abraciclo. No acumulado de 2025, o setor já soma 1,33 milhão de motocicletas produzidas.
Mas junto com o crescimento da frota vem uma preocupação. Entre janeiro e julho, o estado registrou 44 mil e 300 acidentes. Em média, foram nove por hora, uma alta de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. “As motocicletas são veículos mais vulneráveis. O uso do capacete, os equipamentos de proteção são fundamentais, além claro do documento de habilitação, porque aí a pessoa vai passar por um treinamento e os conhecimentos básicos”, alerta o presidente do Sindicato das Autoescolas de Minas Gerais, Alessandro Dias, sobre a importância da conscientização.
Gustavo Ferraz, tirou a habilitação há um ano, e optou pela de moto por causa da praticidade no trabalho. “Uma rota que eu demoraria 40 minutos de carro para fazer, eu consigo fazer de 15 a 20 de moto”, explica.
Mesmo assim, ele reconhece os riscos aos quais está exposto: “O maior desafio que nós temos é voltar para casa bem. O trânsito de BH não colabora, as pessoas fecham motociclistas o tempo todo.”
Em Belo Horizonte, instrutores de motocicletas confirmam o movimento e já se preparam para atender ao aumento da demanda. “O crescimento é perceptível na procura da habilitação para moto, categoria A. E nos últimos anos, com a procura das mulheres, a gente tem sentido isso também. Então, nós preparamos motocicletas para atender a essas meninas, preparamos melhor o nosso corpo de instrutores, qualificando e dando mais condições para eles”, destaca o instrutor de motoescola, Wilson Lopes.
A tendência é de que, nos próximos anos, a frota de motocicletas siga crescendo e, com ela, os desafios para garantir mais segurança no trânsito. Segundo a Coordenadoria Estadual de Trânsito, a expectativa é de um aumento médio de aproximadamente 4% ao ano.