Entrou em vigor na última sexta-feira (21/03) o Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho, que tem como promessa oferecer crédito mais barato para cerca de 47 milhões de trabalhadores. O programa inclui empregados da iniciativa privada com carteira assinada, empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI).
A partir do dia 25 de abril, todas as instituições financeiras poderão ofertar o crédito por meio de suas plataformas. As parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, diretamente no salário do empregado que pega um empréstimo em um banco.
Na visão do colunista Paulo Leite, o programa que foi apresentado pelo governo não é “surpreendente para ninguém”, pois já foi feito nos governos anteriores do PT (Partido dos Trabalhadores). No Central 98, Paulo lembra que no segundo mandato de Lula, a compra desenfreada de eletroeletrônicos endividou famílias, que adquiriram dívidas impagáveis e tiveram que negociar com o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
“Se você não tem nenhuma dívida com juros elevados, não vá buscar esse dinheiro. Esse dinheiro é uma maquiagem proposta por um governo que não consegue atacar uma questão central, que é a redução de seus gastos”, afirmou.
O colunista do Central 98 também falou sobre os riscos do trabalhador caso ele seja demitido, já que o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e a multa rescisória poderão ser usados para quitar o empréstimo, o que prejudica o planejamento financeiro. “Nós brasileiros não temos o hábito da cultura financeira. A educação financeira não permeia os brasileiros”, afirmou.
Para finalizar, o colunista frisa que, atualmente, em qualquer banco que você recebe o seu salário, será possível obter orientações para fazer um comprometimento de renda, seja para poupança ou investimento. Dessa forma, o trabalhador não vai precisar se endividar e se entregar a uma mentira propagada pelo governo.
*Estagiária sob supervisão do editor Roberth Costa