Teve fim, na manhã desta quarta-feira (3/9), o segundo dia de julgamento do chamado núcleo 1 da suposta trama golpista contra a democracia brasileira. O grupo é formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Diferentemente do primeiro dia, nesta quarta houve apenas uma sessão pela manhã. O julgamento ainda seguirá pelos dias 9, 10 e 12 de setembro, com transmissão ao vivo pelo canal do Supremo Tribunal Federal (STF) no Youtube.
Veja abaixo o que houve de mais relevante no primeiro dia.
Defesa de Augusto Heleno tentou afastá-lo de Bolsonaro
No início da manhã, os advogados do general Augusto Heleno argumentaram que o ex-ministro do GSI se distanciou de Jair Bolsonaro e nunca discutiu com ele qualquer plano de golpe. A estratégia da defesa foi mostrar ausência de vínculo direto entre Heleno e a suposta trama golpista.
Advogados disseram que não há provas contra Bolsonaro
A defesa de Jair Bolsonaro voltou a negar qualquer envolvimento do ex-presidente. O advogado Celso Vilardi afirmou que “não há uma única prova” contra o ex-chefe do Executivo e que ele teria sido “dragado” pela investigação da Polícia Federal, sem jamais atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Paulo Sérgio teria tentado demover Bolsonaro, disse defesa
Os advogados do general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, sustentaram que o militar, na verdade, tentou convencer Bolsonaro a não embarcar em qualquer tentativa de ruptura institucional. Para Andrew Fernandes, estaria “mais do que provado que o general Paulo Sérgio é inocente”.
Braga Netto pode ‘morrer na cadeia’, afirmou advogado
Encerrando a manhã de sustentações, a defesa do general Walter Braga Netto disse que seu cliente corre risco de “morrer na cadeia” por causa do que chamou de “delação premiada mentirosa” do tenente-coronel Mauro Cid. Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, teve sua defesa centrada em críticas à colaboração premiada do ex-ajudante de ordens.
Votação deve começar nas próximas sessões
Após as sustentações orais, o STF encerrou o segundo dia de julgamento sem dar início à fase de votação. A definição sobre a condenação ou absolvição dos réus deve ocorrer apenas nas próximas sessões. Caso sejam considerados culpados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Primeiro dia
Os momentos mais importantes do primeiro dia estão registrados aqui.