O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, explicou os motivos que o levaram a determinar medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, foi por coação, obstrução e atentado à soberania nacional.
Na decisão, o ministro afirma que apuração da Polícia Federal apontou que Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”.
Conforme a PF, ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte.”
Na decisão, Moraes citou a entrevista coletiva concedida por Jair Bolsonaro, nessa quinta-feira. “Sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, condicionando o fim da taxação/sanção à sua própria anistia”, diz o ministro.