O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), atribuiu o agravamento da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos à postura política do governo federal. Nesta quarta-feira (30/7), o presidente americano, Donald Trump, determinou a aplicação de tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros.
Em fala crítica, Zema sugeriu que o Brasil tem adotado alianças internacionais que provocam distanciamento dos norte-americanos e resultam em prejuízos econômicos. “Vamos olhar os países com os quais o Brasil tem se aliado: Venezuela, Cuba, Irã. Todos têm relações tensas ou praticamente rompidas com os Estados Unidos”, afirmou o governador.
Zema também fez críticas à condução brasileira no grupo dos BRICS — que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Segundo o governador, os países do bloco não compartilham valores culturais ou históricos com o Brasil. “Tem algum país cristão? Tem algum país ocidental? A China é um grande cliente, merece respeito, mas por que não tratar os Estados Unidos da mesma forma?”, questionou.
Para o governador, o Brasil deveria manter boas relações com todos os seus principais parceiros comerciais, independentemente de alinhamentos ideológicos. “Os Estados Unidos foram por muito tempo o maior cliente do Brasil. Hoje é a China. Devemos tratar bem todos, sem exceção. Agora, nós escolhemos um lado e estamos colhendo esse prejuízo”, disse.