O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a convocação para depor na CPMI do INSS, aprovada nesta semana em Brasília, tem motivação política. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao jornalista Paulo Leite, da 98 News, nesta sexta-feira (5/12).
A convocatória ocorreu após pedido do deputado federal Rogério Correia (PT/MG). Segundo o parlamentar, a Zema Financeira teria sido uma das principais beneficiadas pela Medida Provisória 1.106 de 2022, que permitiu empréstimos consignados a beneficiários do Bolsa Família, à época chamado de Auxílio Brasil.
Zema disse ter recebido a convocação “sem surpresa” e voltou a criticar o Partido dos Trabalhadores. “Do PT não se poderia esperar outra coisa. O PT gosta de deixar bandido solto e de perseguir quem trabalha e dá resultado”, afirmou. Segundo ele, seu governo “colocou as contas em dia”, devolveu credibilidade ao Estado e não enfrenta casos de corrupção.
O governador também afirmou que a convocação busca desgastá-lo politicamente e que não há qualquer irregularidade a ser atribuída a seu nome. “Se eu ainda tivesse postos de combustível, diriam que eu estaria envolvido com crime organizado. Não encontraram nada até hoje e não vão encontrar. Vou a Brasília tranquilo, com a consciência limpa”, disse.
‘Não tenho conhecimento detalhado das operações’
Ele reforçou que a empresa atua dentro das normas do Banco Central e realiza operações de consignado como qualquer outra instituição do setor. Questionado sobre o fato de a própria financeira ter informado que ele não participa da gestão, o governador afirmou que a CPMI ignora um ponto jurídico básico.
“É claramente político. Imagine ter mil ações da Petrobras e ser convocado para depor por algo da empresa, sem qualquer gestão. Estou afastado há mais de dez anos, e a empresa tem direção própria”, declarou. Para Zema, a ofensiva seria reflexo de medo do resultado das próximas eleições presidenciais, em 2026.
O governador disse que deve levar à CPMI apenas informações que confirmem sua posição minoritária na empresa. “Vou dizer o óbvio: não participo da gestão e não tenho conhecimento detalhado das operações”, afirmou.
Ele destacou que a instituição teve resultados pequenos nos últimos anos, prejuízos no passado e nunca dependeu de contratos governamentais. “Sempre vendemos para o cidadão, não para o Estado”, afirmou.
Zema também ressaltou o porte da financeira, que emprega mais de cinco mil pessoas e atua em 470 cidades. Para ele, a tentativa de vinculá-lo a irregularidades não deve prosperar. “Estão tentando me associar a algo sujo, mas não vão conseguir”, concluiu.
Veja a entrevista na íntegra:
