O União Brasil decidiu dar prazo de 24 horas para que seus filiados entreguem cargos em comissão que ocupam no governo Lula. A resolução foi aprovada por unanimidade pela cúpula do partido, nesta quinta-feira (18/9), e prevê punições por “infidelidade partidária”, incluindo expulsão, para quem descumprir a ordem.
A sigla, hoje, comanda o Ministério do Turismo, com Celso Sabino, e indicou ministros da Integração e Comunicações. O desembarque formaliza semanas de tensão interna, mesmo após tentativas de evitar a saída da pasta.
Argumento
Em nota, o União Brasil atribuiu a decisão à investigação sobre a ligação do presidente Antonio Rueda à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O nome de Rueda apareceu em relatórios da Polícia Federal que apuram a infiltração do PCC nos setores financeiros e de combustíveis no Brasil.
Segundo o partido, a menção de Rueda “reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem” da principal liderança da sigla.
Afastamento
No início do mês, entretanto, o partido, junto do Progressistas, já havia anunciado que “detentores de mandato” filiados às legendas deveriam renunciar a qualquer cargo ocupado no governo federal.
O desembarque também não foi novidade ali. Por diversas vezes neste terceiro mandato de Lula, o União ameaçou entregar os cargos. A “gota d’água” teria ocorrido em agosto, quando, em uma reunião ministerial, o petista fez críticas a Rueda.